No passado mês de Fevereiro, a Casa da Música (no Porto) apresentou um espectáculo cénico com música e vídeo com base no Livro do Desassossego de Fernando Pessoa. O vídeo mostrava os bairros de Lisboa que Pessoa percorria. Um flash surgiu na minha mente: voltar à página 31 do Livro do Desassossego, edição 1060 de Setembro de 2008 de Richard Zenith. Não é uma leitura fácil, necessitando ler e voltar a reler as páginas anteriores para «entrar» no pensamento do poeta. É uma das obras mais emblemáticas de Pessoa, em que os estudiosos não estão de acordo: ora os seus aurores são Vicente Guedes e Bernardo Soares, ora pertence a Pessoa e a Bernardo Soares.
A inspiração chega de formas imprevisíveis. Uma imagem entrvista, uma frase entreouvida, um cheiro que desperta uma lembrança, uma conversação, uma notícia no jornal, uma repentina ideia surgida na cabeça... um quadro, uma sinfonia, um simples poema:
Peguei no meu coração
E pu-lo na minha mão.
Olhei-o como quem olha
Grãos de areia ou uma folha.
Olhei-o pávido e absorto
Como quem sabe estar morto;
Com a alma só comovida
Do sonho e pouco da vida.
«O meu estado de espírito obriga-me agora a trabalhar bastante... Mas tudo são fragmentos, fragmentos, fragmentos».
A obra genial de Fernando Pessoa, a obra-prima, a sua obra essencial é um livro de sonhos, quiçá, um modo de vida. É uma mistura entre o pensador e o poeta, entre o homem cerebral e o homem sensível...
Aconselho a sua leitura!
A obra genial de Fernando Pessoa, a obra-prima, a sua obra essencial é um livro de sonhos, quiçá, um modo de vida. É uma mistura entre o pensador e o poeta, entre o homem cerebral e o homem sensível...
Aconselho a sua leitura!
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