sexta-feira, 2 de abril de 2010

Aquilino Ribeiro: A força plástica e musical

Aquilino Ribeiro
Óleo sobre tela de Maluda, 1985
Colecção Livraria Bertrand
(1885-1963) 
Aquilino Gomes Ribeiro foi um escritor português, considerado por alguns como um dos romancistas mais fecundos da primeira metade do século XX. Inicia a sua obra em 1907 com o folhetim «A Filha do Jardineiro». Seguem-se os contos de Jardim das Tormentas e o romance «A Via Sinuosa» que dedica à memória do seu pai. A linguagem de Aquilino Ribeiro caracteriza-se por uma excepcional riqueza lexicológica e pelo uso de construções frásicas de raiz popular, cheias de provincianismos.
Aquilino foi sobretudo um estilista e, por isso, a sua linguagem vernácula e sem estrangeirismos é arejada, frequentemente condimentada nos diálogos com expressões entre grotescas e satíricas.Apesar de ter optado por uma literatura de tradição, Aquilino procurou ao longo da sua vida uma renovação contínua de temas e processos, tornando-se difícil sistematizar a temática da sua vastíssima obra.

Num número considerável de obras, Aquilino reflecte, ainda que distorcidas pela imaginação, cenas da sua vida: o convívio com as gentes do campo, a educação ministrada pelos sacerdotes, as conspirações políticas, as fugas rocambolescas, os exílios. Todos os ambientes, contextos e personagens que Aquilino cria, remetem para a sua querida Beira natal. «O Malhadinhas», «Andam Faunos pelos Bosques» e «Terras do Demo» constituem o melhor exemplo desta situação. Sentimo-nos envolvidos com as suas personagens beirãs, os seus costumes, tradições e modos de falar típico. Aquilino Ribeiro como escritor não pode ser enquadrado em nenhuma das escolas e tendências da sua época.
Serra da Lapa, Terras do Demo
A convite de Raul Proença, 1919 começa a trabalhar para a Biblioteca Nacional. Dá-se o início da sua  brilhante criatividade: «Terras do Demo» (1919), «O Romance da Raposa» (1924), «Andam Faunos Pelos Bosques» (1926), «A Batalha Sem Fim» (1931) de entre outros pulicações. A partir de 1935 o seu labor literário torna-se mais fecundo: «Volfrâmio» (1944), «O Arcanjo Negro» (1947), «O Malhadinhas» (1949), «A Casa Grande de Romarigães» (1957), «Quando os Lobos Uivam» (1958).  Morre aos 78 anos.
Por decisão da Assembleia da República, os restos mortais de Aquilino Ribeiro estão depositados no Panteão Nacional.
«A força plástica e musical do mundo aquiliniano é admirável. A serra portuguesa, a aldeia patriarcal, o rebanho transumante, vivem nos seus livros como a vida flamenga e holandesa nos quadros dos grandes pintores dos Países Baixos» Vitorino Nemésio.
Cortesia de delgata2
http://deltagata2.no.sapo.pt/AdeusOSerradaLapa.html
Wikipédia/JDACT

Sem comentários:

Enviar um comentário