Conhal do Arneiro visto do Castelejo, com as Portas de Ródão em fundo
Ao longo de um vale estende-se uma escombreira formada por amontoados de seixos rolados de quartzito que testemunham a extracção de ouro que terá decorrido nas épocas romana e medieval.
A Área Arqueológica do Conhal ou Conhal do Arneiro situa-se no topo norte da freguesia de Santana, Nisa, ocupando mais de 90 hectares delimitados pelo ribeiro do Arneiro, pela margem esquerda do Tejo e pelas Portas de Ródão (Serra das Talhadas).
Esta área apresenta indicadores de uma actividade mineira antiga de exploração de jazigos secundários de ouro situados em terraço fluvial, que atingiu o auge no período romano, mas terá continuado em menor escala em épocas subsequentes.
A exploração das formações sedimentares auríferas foi feita por acção hidráulica (ruina montium ou arrugia). A água utilizada no desmonte e posterior lavagem dos sedimentos e evacuação dos estéreis seria transportada desde a ribeira de Nisa em canal ou canais (corrugi) escavados nas encostas da serra das Talhadas (ou serra de São Miguel) até depósitos (piscinae ou stagna) situados a montante das formações a desmontar.
Os amontoados cónicos de grandes calhaus rolados – conhos – retirados manualmente dos canais de lavagem (agogae), e que podem atingir mais de cinco metros de altura, constituem o indicador mais visível desta actividade mineira. Subsiste ainda, próximo do extremo norte do conhal, o Castelejo, um relevo de 15 metros de altura que ocuparia uma posição central entre os canais de evacuação.
É um dos geossítios do Geoparque Naturtejo da Meseta Meridional.
Em Março de 2009, O Conhal do Arneiro foi classificado como Monumento Natural pelo ICNB – Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade. Aguarda-se a classificação como Área Arqueológica pelo IGESPAR - Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico.
http://www.altotejo.org/ JDACT
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