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«No passado fim-de-semana a vila de Fronteira reviveu o acontecimento da Batalha dos Atoleiros. Foi um fim-de-semana em que a vila alentejana festejou uma Feira Medieval, isto é, fez uma viagem no tempo e encheu-se jograis, cavaleiros, feirantes, contadores de histórias, saltimbancos, de donzelas e princesas para a reconstituição histórica da Batalha dos Atoleiros, com a mesma emoção de há 626 anos.
A Batalha dos Atoleiros ocorreu a 6 de Abril de 1384, no actual município de Fronteira, pertencente ao distrito de Portalegre, a cerca de 60Km da fronteira com Castela. Foi uma batalha entre as forças portuguesas, comandadas por Nuno Álvares Pereira, e uma expedição punitiva castelhana, enviada por João I de Castela. A proporção das forças em confronto era muito desigual. Para cada português havia quatro castelhanos.
Por esta altura Nuno Álvares Pereira tinha sido nomeado pelo Mestre de Avis como fronteiro do Alentejo, temendo a entrada em Portugal do exército castelhano por aquela zona. D. Nuno partiu de Lisboa e aproximou-se do exército inimigo que intentava cercar a povoação de Fronteira. Mais numerosos e conscientes que D. Nuno os iria interceptar, os castelhanos enviaram um emissário ao chefe do exército português, tentando dissuadi-lo. Perante a recusa dos portugueses, o exército castelhano dirigiu-se ao seu encontro. O exército português já os aguardava, formando um quadrado, com a maioria das lanças na vanguarda. Nas alas e retaguarda estavam os peões misturados com algumas lanças. Os castelhanos atacaram com a cavalaria, que foi contida pelas lanças e virotões. Gerou grande desordem e a batalha durou pouco, tendo sofrido o exército castelhano pesadas baixas.
As tropas castelhanas, depois de desorganizadas foram tomadas pelo pânico e começaram a fugir em todas as direcções, sendo perseguidas pelas forças de D. Nuno, que lhes deu «caça» até à distância de cerca de sete quilómetros do local da batalha.
A Batalha dos Atoleiros, constituiu na Península Ibérica a primeira e efectiva utilização das novas técnicas de defesa de forças de infantaria em inferioridade numérica perante uma cavalaria pesada muito superior. A mais conhecida destas ficou conhecida como a técnica do quadrado.
Uma das mais curiosas notas da batalha, é que embora as forças de Castela tenham sofrido perdas humanas muito elevadas, do lado português não ocorreu uma única morte, nem se registaram feridos.
Para a realidade da Idade Média, a não existência de mortos ou feridos, era vista como um prova de que o lado Português tinha o apoio de Deus.
É curioso dar uma «espreitadela» ao programa (batalhadosatoleiros.com) das comemorações do passado fim-de-semana (3 e 4 de Abril)».
CMFronteira/Registo/lifecooler/Wikipédia/JDACT
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