segunda-feira, 5 de julho de 2010

A Ponte de Alcântara: Segundo o próprio arquitecto, Caius Julius Lacer, que diz ter construído «uma ponte que ficará para sempre»

Cortesia de wikipédia
A Ponte Romana de Alcántara, na vila de Alcántara, Extremadura espanhola, Cáceres, é uma ponte construída a mando do Imperador Trajano, executada pelo arquiteto Caio Julio Lacer. Sustenta-se sobre 6 arcos, tendo 194 metros de comprimento, 61 metros de altura e 8 metros de largura. Fica sobre o rio Tejo. Foi construída, segundo os dados consultados, no ano 106.
Cortesia de wikipédia
Consta de 6 arcos assimétricos, que assentam sobre cinco pilares com alturas distintas sobre o terreno. Existe um templete comemorativo com um arco de triunfo superior no centro da ponte com altura de 10 metros, denominado de Trajano. Aos pés da ponte existe um pequeno templo romano dedicado ao construtor, chamado de Lácer e cristianizado na Idade Média com o nome de São Julião. Então foi colocada uma espada e uma cruz apoiada sobre quatro caveiras de granito. Nele está enterrado o Engenheiro desta obra, Caio Júlio Lacer.
Cortesia de wikipédia
Uma inscrição no centro da ponte indica que foi construído em honra ao imperador romano Trajano, nascido na Hispania. A inscrição diz o seguinte:

«Imp. Caesari. Divi. Nervae. F.Nervae Traiano. Aug. Ger. Dacio. Pontif. Max. TRIB. POTEST ; VIII Imp. V.Cos V. P.P.»

Na sua entrada meridional existe outra inscrição, onde consta que seu engenheiro foi Caio Júlio Lácer. A ponte de Alcântara foi construída graças aos impostos de sete vilas lusitanas e pretendia unir a calçada de Norba (Cáceres) a Conímbriga (Condeixa-a-Velha) como estação da Via da Prata. O nome provém da época da invasão muçulmana na Idade Média, já que «al-Qantarat» significa «A ponte» em árabe.

Cortesia de wikipédia
Por conta de estar situado em região fronteiriça, por diversas vezes foi atacado e logo reconstruído. A primeira vez foi em 1213, parcialmente destruído pelos muçulmanos. Em 1475, nas lutas de Castela e Portugal, quando pensaram destruí-la para evitar que Afonso V a cruzasse, foi salva pela galhardia do rei português que mandou dizer ao seu inimigo, o duque de Villahermosa, que ele desse a volta, pois «não queria o reino de Castela com aquele edifício a menos».

A ermida de São Julião
Cortesia de wikipédia
Mais tarde foi reformado por Carlos I em 1543 desfigurando o perfil do arco central e coroando-o de ameias e refazendo o primeiro arco do poente que foi destruído em 1213 quando sitiou a vila Afonso IX para tomá-la aos árabes. Como memória desta fase, foi registrado na ponte:

«Carlos V Emperador, Cesar Augusto y Rey de las Españas, mandó reparar este puente que deteriorado por las guerras y su antigüedad amenazaba ruina, el año del señor 1543, en el 24 de su imperio y 26 de su reinado»

Em 1707, durante a Guerra da Sucessão Espanhola foi destruído o arco de entrada do poente e a restauração foi mandada por Carlos III em 1778. O segundo arco do poente foi destruído em 1809 durante a Guerra da Independência Espanhola contra as tropas napoleônicas e até 1818 ficou assim, quando se reedifica esse arco com madeira para a passagem de carruagens. Mas foi incendiado em 1836 pelas tropas do estado para impedir a chegada das tropas carlistas, que mandadas por Miguel Gómez Damas, invadiram a província. Foi novamente reconstruído, em 1860, por Isabel II. Nesta última restauração do século XIX foram tapadas as juntas das pedras e fez-se uma inscrição que diz:

«Elisabeth Borbonia Hispaniarium regina, norbensem potem antiquae provinciae lusitaniae, opus iterum bello interruptum, temporis vetustate pene prolapsum restituit aditum utrimque amplificavit, viam latn ad vaccaeos fieri iussit anno domine MDCCCLIX».

Em Setembro de 1969, para construir a barragem de Alcântara, com uma capacidade de 3.300 milhões de m³ de água, o leito do rio ficou seco e a ponte romana ficou pela primeira vez na sua história sem rio.

http://www.paseovirtual.net/puentedealcantara/callejo.htm
http://en.structurae.de/structures/data/index.cfm?ID=s0000521

A «elegante» Ponte de Alcântara
Cortesia de infopédia
«Ponte romana sobre o rio Tejo, nas imediações da cidade de Cáceres. Construída em 104 d. C. (quinto ano da governação de Trajano) por iniciativa de onze cidades vizinhas da Lusitânia, cuja lista está inscrita no arco dedicado a Trajano a meio do tabuleiro. É uma das maiores obras de engenharia deste tipo que chegou até nós. A sua construção estará provavelmente relacionada com a formação de um assentamento em Cáceres, em 79 a. C., pelo Cônsul Caecilius Metellus, e com a necessidade de deslocar tropas para ocidente, em direcção ao território que viria a ser Portugal. É composta por seis arcos desiguais, atingindo os centrais cerca de 28 metros de diâmetro. Foi construída em granito vindo da pedreira de Piedras Albas. Na extremidade nascente foi edificado um pequeno templo dedicado pelo próprio arquitecto, Caius Julius Lacer, que diz ter construído "uma ponte que ficará para sempre". Foi sofrendo alguns restauros ao longo dos séculos, como após a guerra de 1707 ou das guerras napoleónicas. O nome "Alcântara", conhecido desde 1215, significa "a ponte" em árabe». In Infopédia

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