segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Armando Côrtes-Rodrigues: Afirmou-se como um dos maiores intelectuais açorianos do século XX, deixando uma obra cultural marcante. Existe um espaço de memória e de criação estética, a «Morada da Escrita», um ponto-de-encontro cultural instalado na última residência do escritor

(1891-1971)
Vila Franca do Campo, Ilha de S. Miguel
Açores
Cortesia de alfarrabiodiuminho
Armando César Côrtes-Rodrigues foi um escritor, poeta, dramaturgo, cronista e etnólogo açoriano que se distinguiu pelos seus estudos de etnografia e em particular pela publicação de um Cancioneiro Geral dos Açores e de um Adagiário Popular Açoriano, obras de grande rigor e qualidade.
Concluído o ensino secundário partiu para Lisboa, onde se licenciou pela Faculdade de Letras de Lisboa,  criando amizade com Fernando Pessoa e feito parte do grupo do Orpheu.

Cortesia de livrariaultramarina
Colaborou nos dois primeiros números da Revista Orpheu com vários poemas, alguns dos quais assinados com o pseudónimo Violante de Cysneiros. Já nessa colaboração demonstra um modernismo moderado, que viria a abandonar quase completamente ao longo do seu percurso poético, cedendo à tradição de composição lírica e reflectindo na sua obra a sua açorianidade através de um classicismo poético de acentuada vertente humanista.

Colabora nos periódicos:

  • A Águia;

  • Orpheu;

  • Exílio;

  • Presença;

  • Cadernos de Poesia;

  • Portucale;

  • Atlântico.
Escreve crónicas e teatro, tendo a sua peça Quando o Mar Galgou a Terra sido adaptada para argumento de um bem sucedido filme português. Em 1953 ganhou o Prémio Antero de Quental com o livro Horto Fechado e Outros Poemas, obra em que evoca as suas raízes.
estrangeiros (como ...


Cortesia de auladeliteraturaportuguesa
Armando Côrtes-Rodrigues foi um importante activista cultural, participando em múltiplas iniciativas e instituições. Foi um dos sócios fundadores do Instituto Cultural de Ponta Delgada, tendo dirigido a sua publicação, a revista Insulana.

Cortesia de estatuariamicaelense
Armando Côrtes-Rodrigues afirmou-se como um dos maiores intelectuais açorianos do século XX, deixando uma obra cultural marcante. É recordado na toponímia de Ponta Delgada, cidade onde também existe um espaço de memória e de criação estética, a Morada da Escrita/Casa Armando Côrtes-Rodrigues, um equipamento cultural instalado na última casa onde o escritor habitou.

Obras poéticas e contos:

  • (1922), Ode a Minerva. Angra do Heroísmo;

  • (1922), Conto do Natal para a Fernanda in Os Açores, Revista Ilustrada, Ponta Delgada, Barbosa e Irmão;

  • (1924), Em Louvor da Humildade. Poemas da Terra e dos Pobres. Ponta Delgada, Artes Gráficas;

  • 1934), Cântico das Fontes. Ponta Delgada, Gráfica Regional;

  • (1942), Cantares da Noite Seguidos dos Poemas de Orpheu. Ponta Delgada, Gráfica Regional;

  • 1948), Quatro Poemas Líricos. Porto;

  • (1953), Horto fechado e Outros Poemas. Porto, Imprensa Portuguesa;

  • (1956), Antologia de Poemas de Armando Côrtes-Rodrigues (org. Eduíno de Jesus). Coimbra, Arquipélago;

  • (1957), Em Louvor da Redondilha. Atlântida, 1, n.º 6: 341-342;

  • (1957), Auto do Espírito Santo. Ponta Delgada, Instituto Cultural de Ponta Delgada;(1965), Auto do Natal. Atlântida, 9, n.º 6: 195-211;
Teatro e cinema:

  • (1926), Auto do Natal. Lisboa;

  • (1932), O Milhafre. Angra do Heroísmo, Liv. Editora Andrade;

  • (1940), Quando o Mar Galgou a Terra. Ponta Delgada, Papelaria Âmbar;

  • (1942), Cantares da Noite Seguidos dos Poemas de Orpheu. Ponta Delgada, Gráfica Regional (poesia, foi argumento de filme em 1954, realizado pela produtora Filmes Albuquerque, Lisboa).
Crónicas:

  • (1961-1966), Voz do Longe. Ponta Delgada, Instituto Cultural de Ponta Delgada.
Etnografia:

  • (1937), Poesia Popular Açoriana. Angra do Heroísmo, Tipografia Editora Andrade;(

  • 1942), Cantar às Almas, Açoriana, Angra do Heroísmo, 3, n.º 1: 17-35;

  • (1982), Cancioneiro Geral dos Açores. Angra do Heroísmo, Direcção Regional dos Assuntos Culturais, 3 volumes;

  • (1982), Adagiário Popular Açoriano. Angra do Heroísmo, Secretaria Regional da Educação e Cultura, 2 volumes.
Cortesia de acorianooriental
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