sábado, 21 de agosto de 2010

Laurissilva: A floresta da ilha da Madeira, constitui na actualidade o remanescente de um coberto florestal primitivo que resistiu a cinco séculos de humanização. Encontram-se as quatro Lauráceas: a Ocotea foetens (Til), Laurus azorica (Louro), Persea indica (Vinhático) e Apollonias barbujana (Barbusano). Considerada Património Mundial da UNESCO desde 1999

Cortesia do TurismoMadeira
Laurissilva é o nome dado a um tipo de floresta húmida subtropical a temperada, composta maioritariamente por árvores da família das lauráceas e endémico da Macaronésia, região formada pelos arquipélagos da Madeira, Açores, Canárias e Cabo Verde. Possui maior expressão nas terras altas da ilha da Madeira, onde se encontra a sua maior e mais bem conservada mancha, tendo sido considerada em 1999 pela UNESCO como Património da Humanidade.

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Na laurissilva as plantas mais comuns são as lauráceas como o loureiro (Laurus novocanariensis), o vinhático (Persea indica), o til (Ocotea foetens), e o barbusano (Apollonias barbujana). É um dos habitats, no mundo, com maior índice de diversidade de plantas por km². A palavra laurissilva deriva do latim Laurus (loureiro, lauráceas) e Silva (floresta, bosque).
Um pouco de conhecimento. A laurissilva remonta aos períodos Miocénico e Pliocénico da Época Terciária, há 20 milhões de anos. Nessa altura a floresta ocupava toda a área da agora bacia do Mediterrâneo, Sul da Europa e Norte de África. Em resultado do desaparecimento do antigo mar de Tétis e consequente formação do mar Mediterrâneo, ocorreram alterações significativas do clima por toda a Europa e Norte de África. As glaciações que ocorreram no começo do Quaternário, levaram à regressão da floresta e à sua quase extinção na Europa continental, onde ainda sobrevivem algumas espécies relíquias desta vegetação como o azereiro (Prunus lusitanica) e o loureiro (Laurus nobilis) vivendo em comunidades naturais de carvalhos e até mesmo algumas pequeníssimas manchas florestais em locais de refúgio.


Em consequência desta regressão, essencialmente devido às alterações climáticas determinadas pela formação do Mar Mediterrâneo, esta floresta acabou por ter como último refúgio as regiões insulares, onde, devido à menor flutuação climática proporcionada pelo efeito amenizador do Oceano Atlântico, conseguiu sobreviver e até mesmo prosperar.
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Actualmente a laurissilva sobrevive nos arquipélagos que integram a Macaronésia, nomeadamente nos arquipélagos portugueses da Madeira e dos Açores. No arquipélago da Madeira encontra-se apenas na ilha maior do arquipélago (Ilha da Madeira), onde se encontra a espécie endémica Teucrium abutiloides. Ocupa nesta ilha uma área de aproximadamente 15.000 hectares, o que corresponde a 20% da ilha, sendo o maior e mais bem conservado núcleo desta floresta. Concentra-se principalmente na costa norte, em altitudes compreendidas entre os 300 e os 1400 metros. Na costa sul, ocorre em áreas de altitude compreendida entre os 700 e os 1600 metros. Esta é a maior concentração de Laurissilva do mundo, sendo conhecida como uma das melhor preservadas.
Hoje em dia, a Laurissilva é considerada Património Mundial da UNESCO. Este é o tipo de floresta onde as espécies animal e vegetal coabitam, dependendo uma da outra e do meio que as rodeia. Como disse anteriormente, encontram-se as quatro Lauráceas: a Ocotea foetens (Til), Laurus azorica (Louro), Persea indica (Vinhático) e Apollonias barbujana (Barbusano).

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A floresta Laurissilva da ilha da Madeira, constitui na actualidade o remanescente de um coberto florestal primitivo que resistiu a cinco séculos de humanização. Segundo narrativas contemporâneas da descoberta da Madeira (1420), toda a ilha era coberta de extenso e denso arvoredo, razão pela qual os navegadores portugueses atribuíram o nome de «Madeira» à ilha. Trata-se de uma floresta com características subtropicais e húmida. A floresta Laurissilva apresenta um aspecto uniforme, sempre verde, ao longo de todo o ano, dado que a quase totalidade das árvores e dos arbustos que a compõem, nunca perdem a folha. As humidades trazidas pelos ventos dominantes de Nordeste, são retidas e condensadas pela Laurissilva que proporciona, assim, abundantes caudais de que dependem a irrigação dos campos agrícolas e o abastecimento de água aos centros urbanos.

Desde os primórdios da colonização da ilha da Madeira, os caudais que a «floresta produtora de água» proporciona foram vitais para a economia da ilha. A partir da segunda metade do século XX, as águas, transportadas por extensas «levadas», passaram a produzir energia nas centrais hidroeléctricas.

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Toda a área de ocorrência de Laurissilva integra o Parque Natural da Madeira, conferindo-lhe assim um forte estatuto de protecção. Em 1992 foi incorporada na rede de Reservas Biogenéticas do Conselho da Europa e constitui Zona de Protecção Especial-ZPE.

O Tentilhão da Madeira (Fringilla coelebs maderensis), faz parte da peculiar avifauna da Laurissilva, onde é abundante. A par das aves, merece destaque a presença de inúmeros moluscos e insectos endémicos. A Laurissilva da Madeira é um exemplar eminentemente representativo do processo ecológico e biológico em curso na evolução e desenvolvimento de ecossistemas e comunidades de plantas e animais terrestres, aquáticos, costeiros e marinhos. Abrange habitats naturais verdadeiramente representativos e de reconhecida importância para a conservação in situ da diversidade biológica, incluindo aqueles onde sobrevivem espécies ameaçadas de valor universal excepcional sob o ponto de vista da ciência ou da conservação.

Cortesia de wikipédia/Turismo da Madeira/JDACT