sábado, 14 de agosto de 2010

Mário Saa: Uma figura da Cultura Portuguesa do século XX. Não coligiu em livro as suas produções poéticas, esparsamente publicadas em revistas e situadas na transição do neo-romantismo para o modernismo

(1893-1971)
Caldas da Rainha
Cortesia de antologiadoesquecimento
Mário Paes da Cunha e Sá, que adoptou Mário Saa como nome literário, foi um escritor português. Descendia de uma família de grandes proprietários do concelho alentejano de de Avis. Aquando do seu nascimento, o seu pai era notário e vivia nas Caldas da Rainha. Em 1895, a sua família volta para Avis e o seu pai constrói o Monte de Pero Viegas, onde Mário Saa residiu quase toda a vida.
Através da revista Presença (n.º 19, 1929), sabe-se que em 1917 continuava a frequentar o IST (mais conhecido como o Técnico). Inscreveu-se na Universidade de Lisboa (Ciências Matemáticas e Medicina) não tendo concluído quaisquer das licenciaturas.
Cortesia de avozportalegrense

A vida de Mário Saa repartiu-se entre a administração agrícola, a investigação e a produção literária. Em conssonância com o perfil dos intelectuais do seu tempo dedicou-se e interessou-se por temáticas distintas publicando várias obras e numerosos artigos em periódicos. Dedicou-se à filosofia, à genealogia, à geografia antiga, à poesia, à problemática camoniana, às investigações arqueológicas, e mesmo à astrologia e à grafologia.

Cortesia de avozportalegrense

O seu interesse pela arqueologia e a investigação que realizou sobre vias romanas deram origem à sua obra de maior importância, «As Grandes Vias da Lusitânia», em seis volumes, o produto de mais de 20 anos de investigações e prospecções arqueológicas que é, ainda hoje, uma obra de referência. A par com a arqueologia, Mário Saa destacou-se, também, no panorama da poesia portuguesa das décadas de 20 e 30 do século XX, publicando com assiduidade na revista Presença e privando com os grandes poetas e intelectuais da época no âmbito da boémia literária da Brasileira do Chiado. Em 1959 colaboraria ainda no primeiro número da revista «Tempo Presente».

Cortesia de avozportalegrense

Obras:
  • Evangelho de S.Vito (1917);
  • Portugal Cristão-Novo ou os Judeus na República (1921);
  • Poemas Heróicos / Simão Vaz de Camões; Pref. de Mário Saa (1921);
  • Camões no Maranhão (1922);
  • Táboa Genealógica da Varonia Vaz de Camões (1924);
  • A Invasão Dos Judeus (1925);
  • A Expicação do Homem: Através de uma auto explicação em 207 táboas filosóficas (1928);
  • Origens do Bairro-Alto de Lisboa: Verdadeira notícia (1929);
  • Nós, Os Hespanhóis (1930);
  • Proclamações à Pátria: Uma Aliança Luso-Catalã (?);
  • Proclamações à Pátria: Até ao Mar Cantábrico (1931);
  • Erridânia: A Geografia Mais Antiga do Ocidente (1936);
  • As Memórias Astrológicas de Camões e o Nascimento do Poeta em 23 de Janeiro de 1524 (1940);
  • As Grandes Vias da Lusitânia: O Itinerário de Antonino Pio (6 T.; 1957-1967);
  • Poesia e alguma prosa. Organização, introdução e notas de João Rui de Sousa, INCM, (2006).
Mário Saa é uma figura da Cultura portuguesa do século XX. Contudo está esquecida. E se hoje é possível falar dela, é porque a Imprensa Nacional – Casa da Moeda editou em Março de 2006 «Poesia e alguma prosa». Antes, em Novembro de 2002, os Amigos do Concelho de Avis editaram um número duplo da sua revista «Águia» sobre o escritor.

Cortesia de avozportalegrense

Nova obra é dedicada a Mário Saa. «XII Objectos do Itinerário de Mário Saa» é editada pela Fundação Arquivo Paes Teles.
Cortesia de avozportalegrense

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