domingo, 3 de outubro de 2010

As Mulheres da República: Beatriz Pinheiro. «Reinvindiquem os seus direitos, que façam por conquistar a igualdade civil e política, que sejam nos bancos das Escolas as dignas rivais dos mais inteligentes e dos mais estudiosos»

(1871-1922)
Viseu
Cortesia de acidadedasmulheres
 
Beatriz Pinheiro, de nome completo Beatriz da Conceição Pais Pinheiro de Lemos, silenciada e olvidade pelo tempo, faz parte do grupo de mulheres que, na viragem do século XIX para XX, reflectiu sobre o que é ser mulher na sociedade, contribuindo para a divulgação do feminismo em Portugal. Em Viseu fez parte da revista literária Ave Azul, centro de debate sobre a emancipação das mulheres. Incitou as mulheres à luta para que «reinvindiquem os seus direitos, que façam por conquistar a igualdade civil e política, que sejam nos bancos das Escolas as dignas rivais dos mais inteligentes e dos mais estudiosos» (15.08.1899, Ave Azul, p.324).
 
Cortesia de acidadedasmulheres
Beatriz Pinheiro foi para além de feminista e republicana, escritora, actriz amadora e executante de harpa. Presidiu à União de Senhoras Liberais de Viseu e fundou a Escola Liberal de João de Deus, destinada a raparigas desfavorecidas.
 
Sobre ela, pode consultar-se o Dicionário no Feminino (Direcção Zília Osório de Castro e João Esteves, Livros Horizonte, Lisboa, 2005). Beatriz Pinheiro colaborou ainda em variadíssimos periódicos da sua época:
  • A Beira;
  • Nova Aurora;
  • Alamanach das Senhoras;
  • A Crónica;
  • Alma Feminina.
Enquanto educadora e feminista, batalhou para que rapazes e raparigas fossem instruídos «segundo o mesmo plano, segundo as mesmas vistas».
 
Cortesia d'A Cidade das Mulheres