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O Arcadismo é uma escola literária surgida na Europa no século XVIII, sendo denominada como Setecentismo ou neoclassicismo. O nome «Arcadismo» é uma referência à Arcádia, região bucólica do Peloponeso, na Grécia antiga, tida como ideal de inspiração poética.
A principal característica desta escola é a exaltação da natureza e de tudo o que lhe diz respeito. Por essa razão muitos poetas do Arcadismo adoptaram pseudónimos de pastores gregos ou latinos. Caracteriza-se ainda pelo recurso a esquemas rítmicos mais graciosos. Numa perspectiva mais ampla, expressa a crítica da burguesia aos abusos da nobreza e do clero praticados no Antigo Regime.
O Arcadismo constitui-se numa forma de literatura mais simples, opondo-se aos exageros do Barroco, expresso pela frase «Inutilia truncat», cortar o inútil. Os temas também são simples e comuns aos seres humanos, como o amor, a morte, o casamento, a solidão. As situações mais frequentes apresentam um pastor abandonado pela amada, triste e queixoso. É a «Aurea mediocritas», mediocridade áurea, que simboliza a valorização das coisas quotidianas, focalizadas pela razão.
Os autores retornam aos modelos clássicos da Antiguidade greco-latina e aos renascentistas, razão pela qual o movimento é também conhecido como neoclássico. Os seus autores acreditavam que a Arte era uma cópia da natureza, reflectida através da tradição clássica. Por isso a presença da mitologia pagã, além do recurso a frases latinas.
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O clima de renovação atingiu também Portugal que, no começo do século XVIII, passava pelo período final de sua reestruturação económica, política e cultural.Durante o reinado de D. João V percebe-se abertura intelectual e política, como por exemplo a licença concedida à Congregação do Oratório para ministrar ensino, até então privilégio da Companhia de Jesus.
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Em 1746, Luís António Verney, inspirado nas ideias dos racionalistas franceses, publica as cartas que compõem o seu «Verdadeiro Método de Estudar», obra em que critica o ensino tradicional e propõe reformas que visam colocar a cultura portuguesa a par com o resto da Europa.Caberá ao marquês de Pombal, ministro de D. José I, concretizar essas aspirações. Agindo com plena autonomia de poderes, operou verdadeira transformação nos rumos da cultura portuguesa:
- expulsou os jesuítas em 1759, o que enfraqueceu bastante a influência religiosa no campo cultural;
- incentivou os estudos científicos;
- reformou o ensino e, apesar de manter um sistema de censura, afrouxou muito a repressão que era exercida pela «maldita» Inquisição (o Santo Ofício).
Em Portugal, o Arcadismo iniciou-se oficialmente em 1756, com a fundação da «Arcádia Lusitana», entidade em que se reuniam intelectuais e artistas para discutirem Arte.
A «Arcádia Lusitana» tinha por lema a frase latina «Inutilia truncat», acabe-se com as inutilidades, que vai caracterizar todo o movimento no país. Visavam com isto erradicar os exageros e a extravagância preconizados pelo Barroco, retornando a uma literatura simples.
Autores
- Manuel Maria Barbosa Du Bocage;
- Antonio Diniz Cruz e Silva;
- Correia Garção;
- Marquesa de Alorna;
- Francisco José Feire, o Cândido Lusitano.
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Deste modo, o Arcadismo tem espírito nitidamente reformista, pretendendo reformular o ensino, os hábitos, as atitudes sociais, uma vez que é a manifestação artística de um novo tempo e de uma nova ideologia. No século XVIII a influência sobre Portugal vem da França devido à emancipação política da burguesia. Essa mesma burguesia é responsável pelo desenvolvimento do comércio e da indústria e já se assistia a algumas vitórias em Inglaterra e nos Estados Unidos da América. Na França, a partir de 1750, os filósofos atacam o poder real e clerical e denunciam a corrupção dos costumes com grande violência.
Como disse anteriormente, em Portugal, o Arcadismo estende-se desde 1756 até 1825, com a publicação do poema «Camões», de Almeida Garret, considerado o marco inicial do Romantismo português.
Como disse anteriormente, em Portugal, o Arcadismo estende-se desde 1756 até 1825, com a publicação do poema «Camões», de Almeida Garret, considerado o marco inicial do Romantismo português.
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