(1931-2010)
Lisboa
Cortesia de publico
A soprano Maria Cristina de Castro, era frequentemente recordada pelo facto de ter contracenado no Teatro Nacional de São Carlos com Maria Callas e Alfredo Kraus na célebre Traviata de Lisboa, de 1958, mas o seu legado é bem mais amplo, sobretudo no que diz respeito à sua acção pedagógica. Como professora do Conservatório Nacional e através de aulas particulares formou várias gerações de cantores líricos, dos quais se destaca o barítono José Fardilha, e chegou a orientar intérpretes da música ligeira portuguesa como Paulo de Carvalho, Luís Represas, Nuno Guerreiro ou Teresa Salgueiro.
«La Traviata» 1958. Maria Cristina Castro com Maria Callas
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Começou a cantar em operetas dirigidas pelo pai numa associação recreativa de Belém. Inicialmente autodidacta, Maria Cristina de Castro passou depois a frequentar a Academia de Amadores de Música. Fez a sua estreia profissional na Emissora Nacional em 1953 como cantora de música ligeira, mas nessa altura já estudava canto lírico, a nível particular, com Ema Cordeiro. Foi também aluna de Marieta Armstad no Conservatório Nacional de Lisboa e de Elena Pellegrini entre 1953 e 1962. Com uma bolsa da Fundação Gulbenkian realizou cursos de aperfeiçoamento no estrangeiro, tendo estudado Arte Cénica em Milão, com Giuseppe Machioro, e frequentado mais tarde o Centro de Preparação do Teatro Massimo de Palermo, onde foi orientada pelo prestigiado barítono italiano Gino Becchi.
O percurso operático de Maria Cristina de Castro iniciou-se em 1955 com a sua estreia no Teatro Nacional de São Carlos no papel de um dos Pajens do Tannhauser, de Wagner. Nesse mesmo ano cantou também pela primeira vez no Coliseu dos Recreios na ópera Um Sonho de D. João V, do Conde da Esperança.
No III volume do dicionário Cantores de Ópera Portugueses, Mário Moreau cita uma crítica do compositor Joly Braga Santos, que lhe atribui uma voz «linda e exemplarmente colocada» e um «talento histriónico excepcional».
A sua prestação como Annina em La Traviata, de Verdi, ao lado de Maria Callas e Alfredo Kraus.
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Em 1960 Maria Cristina de Castro foi classificada como a melhor cantora estrangeira num concurso internacional em Liverpool e três anos depois iniciava a sua colaboração com a recém-criada Companhia Portuguesa de Ópera, sediada no Teatro da Trindade, cantando o brilhante papel de Rosina no Barbeiro de Sevilha, de Rossini.
A sua carreira como intérprete prosseguiu até ao início dos anos 70, passando depois a dedicar-se principalmente ao ensino na qualidade de professora de canto na Escola de Música no Conservatório Nacional. In Ípsilon, Outubro 2010.
Cortesia de Ípsilon/Teatro da Trindade/JDACT