quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Jean Dominique Ingres: A carreira foi pontilhada de combates, que resultaram em momentos de grande sucesso e outros de grande fracasso junto à crítica de arte. Era considerado uma personalidade hipersensível que não conseguia lidar com a oposição da crítica

(1780-1867)
Montauban, França
Cortesia de

Jean-Auguste Dominique Ingres, mais conhecido simplesmente por Ingres, foi um celebrado pintor e desenhista francês na passagem do Neoclassicismo para o Romantismo. Foi um discípulo de David e na sua carreira encontrou grandes sucessos e grandes fracassos, mas é considerado um dos mais importantes nomes da pintura do século XIX.
Filho de um escultor ornamentista, educou-se inicialmente em Toulouse. Permaneceu fiel aos postulados neoclássicos do seu mestre ao longo de toda a vida. Passou muitos anos em Roma, onde assimilou aspectos formais de Rafael e do maneirismo.
Ingres preferia os retratos e os nus às cenas mitológicas e históricas. Entre os seus melhores retratos contam-se Bonaparte Primeiro Cônsul, A Bela Célia, O Pintor Granet e A Condessa de Hassonville. Nos nus que pintou, A Grande Odalisca, Banho Turco e, sobretudo, A Banhista, é patente o domínio e a graça com que se serve do traço. A sua obra mais conhecida é Apoteose de Homero, de desenho nítido e equilibrada composição.

A Banhista

A Grande Odalisca

A  Apoteose
Cortesia de wikipédia
Também deixou obra notável no retrato e no nu feminino. A pintura tinha um acabamento técnico impecável e a qualidade de sua linha foi sempre altamente elogiada. Respeitava profundamente os mestres do passado.
Ingres era considerado um professor notável e admirado pelos alunos, dos quais os mais conhecidos foram Théodore Chassériau e Jean-Hippolyte Flandrin. Foi um artista de convicções fortes, mas não foi um teórico, deixando frases e conceitos ouvidos nas suas aulas, que são ilustrativos de sua filosofia e método de trabalho.



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A sua influência sobre as gerações posteriores foi considerável. O conservador do Museu Ingres, disse que o caso de Ingres é por certo intrigante quando percebemos a variedade de artistas que se consideram seus devedores, desde Cabanel ou Bouguereau no século XIX até os mais revolucionários do século XX, como Picasso, Matisse e mesmo os Cubistas e Surrealistas.
A carreira de Ingres foi pontilhada de combates, que resultaram em momentos de grande sucesso e outros de grande fracasso junto à crítica de arte. Era considerado uma personalidade hipersensível que não conseguia lidar com a oposição da crítica, mesmo quando ao mesmo tempo encontrava apoio.

Cortesia de commons.wikimedia
Mais recentemente a crítica tem continuado a tentar compreender a natureza paradoxal de sua arte e as discrepâncias entre o discurso e a prática, e têm reiterado o papel influente para a pintura moderna. Robert Rosenblum considerava-o um dos precursores da linguagem visual do século XX.
Para René Longa ele era um mistério, um classicista que resistia à disciplina da doutrina e oferecia exemplos de rebeldia ditados unicamente pela inspiração, relegando a um lugar secundário o absolutismo da estética.

Cortesia de Vidas Lusófonas/wikipédias/Ingres/JDACT