domingo, 4 de dezembro de 2011

Almutâmide. O Príncipe dos Poeta. De Beja a Agmat.«Com a tomada do al-Andalus pelos Almorávidas, é desterrado para Agmat em 1091, onde morre, quatro anos depois, no meio do maior sofrimento, miséria e tristeza. Hoje descansa num mausoléu com Itimade e uma das suas filhas, onde é visitado e venerado pelos amantes da Poesia de todo o mundo»

(1040-1095)
Beja
Cortesia de porosidadeeterea

Com a devida vénia a Eduardo Raposo
«Almutâmide Ibne Abbade, é considerado o mais importante poeta da segunda metade do século XI no ‘Garbe al-Andalus’, num período excepcionalmente rico ao nível da criação poética, de entre cerca de 40 excelentes poetas que viveram nesse período. Terá nascido na ‘Casa dos Corvos’, perto onde se situa o Cine-Teatro Pax Julia. Aos 13 anos instalou-se em Silves, onde viveu até aos 28 anos, período muito rico de criação literária, marcado pela exaltação dos sentidos e dos sentimentos. Foi quando conheceu a futura princesa Itimade e o seu maior amigo, o grande poeta Ibne Amar.
O seu breve reinado de 22 anos em Sevilha, designado por “Século de Almutâmide”, protagonizou o apogeu civilizacional que deu continuidade e superou as cortes califais de Damasco, Bagdade e Córdova, onde:
  • as Ciências e a Filosofia,
  • as Artes e a Música,
  • as Letras e a Poesia eram protegidas e honradas.
Com a tomada do al-Andalus pelos Almorávidas, é desterrado para Agmat em 1091, onde morre, quatro anos depois, no meio do maior sofrimento, miséria e tristeza. Hoje descansa num mausoléu com Itimade e uma das suas filhas, onde é visitado e venerado pelos amantes da Poesia de todo o mundo.

Cortesia d’o bispo

Almutâmide é um símbolo de uma época onde personifica o Príncipe renascentista ‘avant la lettre’:
  • Poeta, rei, amante, cultor das artes, das letras, da Beleza.
Mas é também a marca da perenidade, pois os quase mil anos que nos distanciam de Almutâmide são apenas um breve “parêntesis”; ao lermos a sua Poesia percebemos que estamos perante uma vertiginosa “aventura poética”, de que é símbolo e protagonizou com outros grandes poetas seus contemporâneos (como Ibne Amar, Ibne Sara, Ibne Bassame, Ibne Darrague, Ibne Abdune, entre muitos) que nos “falam”do que nos é familiar, do que sentimos, vivemos, do Sol e do luar e nos iluminam e encantam; sentimos a sua respiração, comem connosco à mesa, bebem connosco o vinho da fraternidade e da exaltação dos sentidos.

Esta nossa matriz identitária mediterrânica milenar, resgatando do fundo da Memória: este nosso património intangível latente nas soleiras das nossas casas do Sul:
  • nas cores azul e ocre,
  • no silêncio e nos cheiros,
  • nos sabores e no triangulo feito do Pão, Azeite e Vinho.

Cortesia de aldeagar

Esta será uma primeira realização, a que esperamos dar continuidade, num âmbito mais alargado e diversificado, devolvendo à comunidade, valorizando-o este riquíssimo património. É tempo de fazer de Beja a Capital da Poesia, resgatar a antiga Pax Julia romana e a Baja islâmica, posicionando-a na perspectiva de uma centralidade cultural no País, na Península e no mundo Mediterrânico». In Eduardo M. Raposo.

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Cortesia de Eduardo Raposo/Wikipedia/JDACT