quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O Infante D. Pedro das “Sete Partidas”. Parte 3. Imagem Física, moral e social: «D. Pedro... foi desde a infância muito dedicado ao estudo das sangradas letras e das outras boas artes, e tanto ainda em moço se distinguiu por seu espírito de justiça, por sua liberalidade, comedimento e valor, que atraía sobre si as vistas de todos, dando esperança de vir a ser um grande príncipe»

Cortesia de wikipedia

«Dispomos contudo da sua assinatura em diversos documentos; reproduzimos a que consta da Colecção Especial, Caixa 34, Arquivo Nacional da Torre do Tombo:

Cortesia do arquivodatorredotombo

Como pessoa, saber e carácter, temos os seguintes testemunhos contemporâneos directos ou indirectos (grafia e pontuação actualizadas):
  • «É um homem sóbrio, muito esmoler para os necessitados, magnânimo e generoso com as pessoas de todas as condições, afável para todos, humano, rico em bondades desta transitória vida». (Códice VIII 2048/49, páginas 859/65, 1428, da Biblioteca Marciana de Veneza).
  • «O infante d. Pedro... era um dos príncipes do mundo que mais sabia das cerimónias que a tais casos pertenciam, porque, além do seu grande e natural saber, estudara nas artes liberais e andara fora destes reinos pela principal parte da cristandade...» (Zurara, “Crónica de D. Duarte de Menezes”).
  • «D. Pedro... foi desde a infância muito dedicado ao estudo das sangradas letras e das outras boas artes, e tanto ainda em moço se distinguiu por seu espírito de justiça, por sua liberalidade, comedimento e valor, que atraía sobre si as vistas de todos, dando esperança de vir a ser um grande príncipe. E que não foram vãs suas promessas, bem o comprovou com a sua vida e costumes». (Mateus Pisano, “De bello septensi/A conquista de Ceuta”)

Cortesia de wikipedia

  • «... (de) andar vagaroso e repousado. Suas palavras eram graciosas e suas sentenças mui graves e substanciais; e quando alguma sanha lhe tocasse era sua cara mui temerosa, porém não lhe durava muito, pois por siso se lembrava de mansidão e temperança. Teve para todas as coisas horas certas e limitadas que nunca trespassou. Foi liberal com medida... E mandava ler proveitosos livros e ter práticas e disputas de que se tomava ensino e doutrina. (Rui de Pina, “Crónica de D. Afonso V”).
Aspectos do seu Pensamento
«Sobre aspectos do seu pensamento político, os demonstrativos de uma consciência crítica dos problemas do país e das necessárias medidas a tomar, transcrevem-se alguns trechos (grafia e pontuação actualizadas). Da Carta de Bruges (1426) endereçada a D. Duarte, futuro rei, mas já incumbido de responsabilidades governativas por D. João I:
  • Aconselhando a presença de representantes dos três estados sociais (clero, nobreza e povo) no Conselho e Tribunal reais;
  • «Senhor, bem sabeis quanto presta o bom conselho que é tido e ouvido em boa ordenança; por isso me parece, Senhor, que todos vossos feitos assim... deviam ser determinados; e assim, Senhor, neste Conselho como na vossa Relação, me parece que deveis ter homens de todos os estados (sociais) da vossa terra, assim cleresia, como de fidalgos e do povo, para vos aconselharem que não ordenásseis coisa contra seus proveitos nem em quebranto de seus bons privilégios»
In José Ermitão Wikipédia.

Continua
Cortesia de Wikipedia/JDACT