Cortesia de ruimoura
In Memoriam de Rui Moura
«Essa tendência, em parte articulada como uma visão de mundo nos escritos
de Thomas Malthus, toma o que podem ser preocupações razoáveis sobre temas como
a qualidade do ar e da água e as reveste de uma ideologia profundamente hostil
ao progresso econômico e à maioria dos seres humanos…
O impulso geral era claro: os EUA e o mundo deveriam se mover para acabar
com o crescimento populacional e a proteção do meio ambiente deveria receber
uma importância igual ou maior do que a melhoria dos níveis de vida… O
crescimento econômico e a tecnologia eram vistos como problemas. (…)
Em síntese, a estratégia hegemônica do Establishmenet oligárquico
visava, basicamente:
- transferir o controle dos processos de desenvolvimento, dos Estados nacionais para entidades supranacionais e não-governamentais, consolidando estruturas de “governo mundial” (ou “governança global”);
- erradicar o “vírus do progresso” entre os estratos educados das sociedades de todo o mundo, com a difusão do irracionalismo e da descrença nas conquistas científico-tecnológicas como motores do desenvolvimento;
- reduzir o crescimento da população mundial;
- controlar uma grande proporção dos recursos naturais do planeta.
Por esses motivos, não admira que a agenda ambientalista não priorize os
grandes problemas ambientais realmente enfrentados pela maioria da população
mundial. Em vez disto, por exemplo, os “verdes” têm em seu currículo: o
banimento do inseticida DDT, responsável pela preservação de literalmente
centenas de milhões de vidas em todo o mundo, evitando que fossem vitimadas por
doenças transmitidas por insetos; o banimento dos clorofuorcarbonos (CFCs),
versáteis produtos químicos que possibilitaram a popularização da refrigeração
e seus incontáveis benefícios; um atraso de décadas nos usos pacíficos da
energia nuclear; a obstaculização de incontáveis projetos de infra-estrutura
energéticos e viários; e outras façanhas de igual calibre. Enfim, quase
invariavelmente, os alvos principais das suas ruidosas campanhas têm sido
elementos que são sinónimo de bem-estar e progresso, principalmente nos países
em desenvolvimento.
Desde as fases iniciais da formação do movimento, o potencial de utilização
dos fenômenos atmosféricos para a sua agenda antidesenvolvimento não passou
despercebido pelos mentores do ambientalismo. Por isso, propostas como
estabelecimento de uma legislação internacional referente aos impactos das
atividades humanas na atmosfera, a criação de um organismo supranacional para
implementá-la e a imposição de custos adicionais na utilização de combustíveis
fósseis, como impostos ou, até mesmo, o estabelecimento de cotas de emissões de
CO2, vêm sendo discutidas há décadas e nada têm de novidades.
Já em 1963, a Fundação Conservação patrocinou uma conferência sobre as
“Implicações do crescente conteúdo de dióxido de carbono da atmosfera”, a qual
foi presidida por Charles David Keeling. O relatório da conferência alertava
que a duplicação do CO2 prevista para o século XXI poderia provocar uma
elevação de até 4 ºC nas temperaturas, o que provocaria o derretimento de
geleiras, elevação do nível do mar, inundação de áreas costeiras e outros
problemas cuja descrição se tornaria lugar comum nos prognósticos catastrofistas
sobre o assunto.
Em contraste, no mesmo ano, a Organização das Nações Unidas para a
Alimentação e Agricultura (FAO) convocou uma conferência em Roma para discutir
os efeitos do “resfriamento global” sobre a produção mundial de alimentos. O
principal especialista ouvido foi o climatologista inglês Hubert H. Lamb,
diretor do Centro de Pesquisas Climáticas da Universidade de East Anglia e um
renomado especialista dos climas do passado, além de opositor da tese simplista
de que o CO2 teria uma influência determinante no clima». In Rui Moura, Blog
Mitos Climáticos, Geraldo Luís
Lino, Maio, 2010.
continua
Cortesia do Blog de Rui Moura/Mitos Climáticos/JDACT