quarta-feira, 21 de agosto de 2013

A Linhagem do Santo Graal. Laurence Gardner. «Bem distinto de seu aspecto físico dinástico, o Santo Graal também tem uma dimensão espiritual. Ele tem sido simbolizado por muitas coisas, mas, como objecto material, costuma ser visto como um cálice, contendo o sangue vital de Jesus»

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Origens da Linhagem. A quem serve o Graal?
«Após a Revolta dos Judeus em Jerusalém, no I século da era cristã, os senhores romanos teriam destruído todos os registros a respeito do legado de David da família de Jesus, o Messias. A destruição, porém, nunca foi completa, e alguns documentos relevantes foram guardados pelos herdeiros de Jesus, que trouxeram a herança messiânica do Médio Oriente para o Ocidente. Como confirma a Enciclopédia Eclesiástica de Eusébio, bispo de Cesareia, esses herdeiros eram chamados de Desposyni (antigo termo grego para do Mestre), um título sagrado reservado exclusivamente para aqueles da mesma descendência familiar de Jesus. Eles tinham o legado sagrado da Casa Real de Judá, uma linhagem dinástica existente ainda hoje.
A extraordinária história dessa linhagem soberana, um detalhado relato genealógico do Sangue Real Messiânico (o Sangreal) em descendência directa de Jesus e seu irmão Tiago. Contudo, para abordarmos esse tema, teremos de considerar as histórias bíblicas do Antigo e do Novo Testamento sob uma perspectiva diferente daquela normalmente transmitida. Não estaremos reescrevendo a história, mas remodelando relatos conhecidos, levando a história de volta à sua base original, em vez de perpetuar os mitos de estilo estratégico daqueles cujos interesses são tendenciosos. Com o passar dos séculos, uma contínua conspiração governamental e da Igreja tem prevalecido acima do legado messiânico. Essa tendência aumentou quando a Roma Imperial desviou o curso do Cristianismo para servir a um ideal alternativo, e continua até o presente.
Muitos eventos históricos aparentemente não relacionados foram, na verdade, capítulos da mesma e contínua supressão da linhagem. Das guerras judaicas do 1º século d.C., passando pela Revolução Americana do século XVIII e além, as maquinações têm sido perpetuadas por governos europeus e ingleses, em colaboração com a Igreja Católica Romana e a Igreja Anglicana. Em suas tentativas de restringir o direito nato real de Judá, os Altos Movimentos cristãos instalaram vários regimes próprios, tal como a própria Casa de Hanover, da Grã-Bretanha, SaxeCoburg, Gotha. Essas administrações foram forçadas a apoiar doutrinas religiosas específicas, enquanto outras foram depostas por pregar a tolerância religiosa.
Agora, na entrada de um novo milênio, é hora de reflexão e reforma no mundo civilizado, e para a realização dessa reforma é apropriado considerar os erros e os sucessos do passado. Para essa finalidade, não há registo melhor do que o existente nas crónicas do Sangreal. A definição Santo Graal apareceu pela primeira vez na Idade Média, como um conceito literário, baseado numa série de erros de interpretação por parte de escrivães. O termo derivava imediatamente como uma tradução de Saint Grail e das antigas formas San Graal e Sangreal. A antiga Ordem do Sangreal, uma Ordem dinástica da Casa Real Escocesa de Stewart, era directamente aliada à continental Ordem Europeia do Reino de Sion, e os cavaleiros de ambas as Ordens eram adeptos do Sangreal, que define o verdadeiro Sangue Real (o Sang Real) de Judá: a Linhagem do Santo Graal.
Bem distinto de seu aspecto físico dinástico, o Santo Graal também tem uma dimensão espiritual. Ele tem sido simbolizado por muitas coisas, mas, como objecto material, costuma ser visto como um cálice, especialmente contendo o sangue vital de Jesus. O Graal também já foi retratado como uma vinha, estendendo seus ramos através dos anais do tempo. O fruto da vinha é a uva, e da uva vem o vinho. Nesse sentido, os elementos simbólicos do cálice e o vinho coincidem, pois o segundo há muito é comparado como o sangue de Jesus. Na verdade, essa tradição está presente bem no coração do sacramento da Eucaristia (Sagrada Comunhão), e o sangue perpétuo do Graal, ou do cálice, representa nada menos que a duradoura linhagem messiânica.
Na cultura esotérica do Graal, o cálice e a vinha sustentam o ideal de serviço, enquanto o sangue e o vinho correspondem ao eterno espírito de cumprimento. A busca espiritual do Graal é, portanto, um desejo pelo cumprimento, prestando e recebendo serviço. Aquilo que é chamado de Código do Graal é, em si, uma parábola para a condição humana, da busca de todos nós, por meio do serviço. O problema é que o preceito do código foi sufocado por um complexo avaro da sociedade, baseado na noção da sobrevivência do mais forte. Hoje, é evidente que a riqueza, não a saúde, é um demarcador na trilha dos socialmente fortes, enquanto outro critério seria a obediência à lei. Acima dessas considerações, porém, há outra exigência: submeter-se à disciplina do partido enquanto se serve aos semideuses do poder. Esse pré-requisito nada tem a ver com a obediência à lei ou o comportamento adequado; depende totalmente de não balançar o barco a opiniões não-conformistas.
Aqueles que quebram as regras são considerados hereges, intrometidos ou criadores de encrenca, e como tais reputados por seu governo elementos socialmente impróprios. Consequentemente, a adequação social é conseguida quando se submete à doutrinação e se abandona a individualidade pessoal para que seja preservado o status quo administrativo. Sob qualquer padrão de reconhecimento, isso dificilmente seria descrito como um modo de vida democrático». In Laurence Gardner, A Linhagem do Santo Graal, A verdadeira história de Maria Madalena e Jesus Cristo, Madras Editora, 2004.

Cortesia de Madras/JDACT