«A maior desgraça da vida, vistas bem as coisas,
acaba por não ser a morte. Salvo aqueles casos catastróficos, que sob o ponto
de vista do aniquilamento são uma perfeita maravilha, morre-se quando esta
coisa que se chama corpo, por uma razão ou por outra, está podre. Quando,
afinal, a ele próprio já lhe não apetece viver. A desgraça verdadeira é esta de
nós andarmos aqui a namorar o céu, a pisar a terra, a investir contra o mar — e
nem o céu, nem a terra, nem o mar saberem sequer que a gente existe». In Miguel Torga, Diário, 1937
Do que a vida é capaz!
A força dum alento verdadeiro!
O que um dedal de seiva faz
a rasgar o seu negro cativeiro!
Ser!
Parece uma renúncia que ali vai,
e é um carvalho a nascer
da bolota que cai!
Poema de Miguel Torga, in 'Diário’, 1943
A força dum alento verdadeiro!
O que um dedal de seiva faz
a rasgar o seu negro cativeiro!
Ser!
Parece uma renúncia que ali vai,
e é um carvalho a nascer
da bolota que cai!
Poema de Miguel Torga, in 'Diário’, 1943
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