«O Castelo de Vilar Maior localiza-se na freguesia e povoação de Vilar Maior,
concelho do Sabugal,
distrito da Guarda. Em posição dominante sobre
o vale do rio Cesarão e a
povoação, do alto de seus muros é possível avistar-se o Castelo da
Guarda».
«A posição estratégica de Vilar Maior no contexto de fronteira
entre Portugal e Leão cedo determinou que aqui se erguesse um castelo. Ele
encontra-se documento desde a segunda metade do século XI (imediatamente
após a campanha das Beiras promovida por Fernando Magno), e a sua
construção justifica-se neste novo quadro de expansão do reino leonês. De
acordo com a análise de Barroca, o perímetro oval da cerca deve
corresponder a este período, pela aparente simplicidade do seu dispositivo
defensivo, ignorando ainda os torreões
e evitando os ângulos. Para além disso, apresenta um aparelho
tendencialmente a caminho da isodomia, com fiadas horizontais já claramente
definidas e silhares de apreciáveis dimensões, razoavelmente bem talhados.
No caminho para a Baixa Idade Média, Vilar Maior continuou a merecer a atenção por parte dos monarcas leoneses. O povoado que se definiu à sombra do castelo foi muralhado já no final do século XIII, estando-lhe associada uma inscrição de 1280, o que demonstra como, por esta altura, a povoação era importante o suficiente para ser agraciada com um projecto real de dimensão considerável, como era certamente a empreitada de muralhamento de uma vila.
A configuração actual do conjunto, com a sua poderosa torre de menagem, data já da transição para o século XIV. A 17 de Novembro de 1296, ainda antes da assinatura do Tratado de Alcanices, o rei Dinis I passou foral à povoação. Um ano depois, o monarca leonês assinou a passagem de Vilar Maior, e de outras vilas de Riba-Côa, para a coroa portuguesa. Foi a partir dessa data que se deu início à derradeira fase construtiva da estrutura militar, com actualização de dispositivos e renovação de alguns elementos.
O recinto tem a forma oval muito bem definida, e encontra-se protegido pela gigantesca torre de menagem quadrangular que apoia a defesa da porta principal. Do lado oposto da cerca, localiza-se uma segunda porta, de arco apontado e com vestígios de ter sido sobrepujada por alpendre ou sistema de madeira para apoio do adarve. Este tem acesso por escadarias longitudinais, em vários pontos da cerca, o que permitia uma rápida movimentação de tropas no interior do circuito.
Neste sistema, a torre de menagem desempenha uma activa função de defesa, projectando-se para o exterior da cerca, o que permite uma maior abrangência de tiro sobre a cerca e, no caso particular, sobre a porta principal. É de três andares, sendo o térreo cego e sem acesso directo. A entrada faz-se pelo interior da muralha, ao nível do adarve, por meio de porta sobrelevada de arco apontado. Neste andar, assim como no registo superior, os alçados voltados ao exterior integram apertadas frestas, faltando já o coroamento, que poderia apresentar outros dispositivos de defesa, como um terraço ameado. O seu aspecto compacto e maciço disfarça as escassas aberturas, mas reforça a monumentalidade e inexpugnabilidade do conjunto, cujo impacto cenográfico não poderia deixar de impressionar, numa paisagem pouco humanizada e certamente destituída de pontos de referência desta amplitude. O estatuto da torre como obra de propaganda por parte dos novos poderes é reforçado pela presença do brasão real português, colocado ostensivamente na face principal da Torre.
No caminho para a Baixa Idade Média, Vilar Maior continuou a merecer a atenção por parte dos monarcas leoneses. O povoado que se definiu à sombra do castelo foi muralhado já no final do século XIII, estando-lhe associada uma inscrição de 1280, o que demonstra como, por esta altura, a povoação era importante o suficiente para ser agraciada com um projecto real de dimensão considerável, como era certamente a empreitada de muralhamento de uma vila.
A configuração actual do conjunto, com a sua poderosa torre de menagem, data já da transição para o século XIV. A 17 de Novembro de 1296, ainda antes da assinatura do Tratado de Alcanices, o rei Dinis I passou foral à povoação. Um ano depois, o monarca leonês assinou a passagem de Vilar Maior, e de outras vilas de Riba-Côa, para a coroa portuguesa. Foi a partir dessa data que se deu início à derradeira fase construtiva da estrutura militar, com actualização de dispositivos e renovação de alguns elementos.
O recinto tem a forma oval muito bem definida, e encontra-se protegido pela gigantesca torre de menagem quadrangular que apoia a defesa da porta principal. Do lado oposto da cerca, localiza-se uma segunda porta, de arco apontado e com vestígios de ter sido sobrepujada por alpendre ou sistema de madeira para apoio do adarve. Este tem acesso por escadarias longitudinais, em vários pontos da cerca, o que permitia uma rápida movimentação de tropas no interior do circuito.
Neste sistema, a torre de menagem desempenha uma activa função de defesa, projectando-se para o exterior da cerca, o que permite uma maior abrangência de tiro sobre a cerca e, no caso particular, sobre a porta principal. É de três andares, sendo o térreo cego e sem acesso directo. A entrada faz-se pelo interior da muralha, ao nível do adarve, por meio de porta sobrelevada de arco apontado. Neste andar, assim como no registo superior, os alçados voltados ao exterior integram apertadas frestas, faltando já o coroamento, que poderia apresentar outros dispositivos de defesa, como um terraço ameado. O seu aspecto compacto e maciço disfarça as escassas aberturas, mas reforça a monumentalidade e inexpugnabilidade do conjunto, cujo impacto cenográfico não poderia deixar de impressionar, numa paisagem pouco humanizada e certamente destituída de pontos de referência desta amplitude. O estatuto da torre como obra de propaganda por parte dos novos poderes é reforçado pela presença do brasão real português, colocado ostensivamente na face principal da Torre.
Pacificado o território, Vilar Maior decaiu de importância e começaram a
sentir-se dificuldades de povoamento. Em 1440, numa época de clara
litoralização do reino, a localidade albergou um couto de homiziados, numa
clara tendência para inverter a desertificação. Em 1510, D. Manuel concedeu-lhe
novo foral, mas não mais a povoação voltaria a ter a importância de outrora.
Ponto de passagem durante as invasões francesas de inícios do século XIX,
consta que foi incendiado e pilhado. Na actualidade, aguarda pela definição de
um projecto de valorização, que terá, obviamente, de passar por uma prévia investigação
arqueológica». In PAF, IGESPAR.
Cortesia de Wikipédia e IGESPAR/JDACT