Imitação na Literatura
«(…) O poeta mais não faz senão imitar as coisas sensíveis, que já não são
o que elas verdadeiramente são mas apenas reflexos deteriorados da única
realidade verdadeira: o mundo das ideias. Portanto, tudo é imitação, tudo é idealismo,
ao contrário do que Aristóteles defendia, quando dizia na sua Poética
que a origem da poesia devia ser procurada no instinto primitivo do homem que
consiste em fruir das imitações feitas pelos seus semelhantes. Aristóteles
defendia mesmo vários tipos de imitação, como a narrativa, que definia a
epopeia, e a imitação dramática,
em que a acção é imitada pela própria acção e não pelo discurso (o drama).
Na literatura, a imitação reside no facto de um autor tomar a outro, não só os
argumentos, plano e disposição da obra, como também a elocução e estilo da
mesma. Por vezes, a imitação literária limita-se a apenas um destes
elementos. Senão, veja-se: Virgílio imitou Homero no argumento,
nas personagens e nas situações, mas não na elocução. Corneille e Molière,
por exemplo, retiraram do teatro espanhol os argumentos das suas comédias,
embora lhes tenham dado uma elocução e estilo próprios. Chama-se inspiração em obra alheia, o que
é uma imitação menor, sempre que um autor cultiva o género a que aquela
pertence, no intuito de produzir algo que seja o mais pessoal possível, sem
cair no plágio (cópia servil) ou cópia, preservando a maior margem de
originalidade, ou criatividade, dir-se-ia, do autor.
Imitação na Música
Como a poesia, não imita directamente a natureza, repete a mesma melodia, parcial ou, quase sempre, totalmente. No caso da música, a imitação assume contornos evidentes. É, de facto, um elemento fundamental da música constituída por melodias sobrepostas. A imitação desde sempre existiu na música, tendo sido parte integrante da polifonia da Idade Média e do Renascimento. A imitação nesta arte é um dos artifícios mais úteis e necessários na composição. Forma parte do estudo do contraponto e consiste na reprodução, mais ou menos exacta, por uma voz ou instrumento, de um desenho melódico ou rítmico previamente enunciado por outra voz ou instrumento. A imitação, esteticamente, é uma das leis fundamentais que regem a forma na arte musical. É assim um processo compositivo que é a base da polifonia e das principais formas de contraponto, como o cânone ou a fuga. Na composição em geral, proporciona ao artista recursos inesgotáveis de particular beleza, quando empregada com bom gosto. Mas atente-se: na música, imitação não é repetição de um motivo melódico ou rítmico nem progressão melódica ou harmónica. Na imitação, ao contrário dos outros casos, a reprodução é feita de uma forma diferente da que apresenta o modelo. Grandes exemplos de imitação são as suites e fugas de Bach, as sinfonias, quartetos e sonatas de Haydn, Mozart e Beethoven. Todos os compositores clássicos e românticos, tanto na suas obras vocais como nas instrumentais, conseguiram admiráveis efeitos usando a imitação.
Como a poesia, não imita directamente a natureza, repete a mesma melodia, parcial ou, quase sempre, totalmente. No caso da música, a imitação assume contornos evidentes. É, de facto, um elemento fundamental da música constituída por melodias sobrepostas. A imitação desde sempre existiu na música, tendo sido parte integrante da polifonia da Idade Média e do Renascimento. A imitação nesta arte é um dos artifícios mais úteis e necessários na composição. Forma parte do estudo do contraponto e consiste na reprodução, mais ou menos exacta, por uma voz ou instrumento, de um desenho melódico ou rítmico previamente enunciado por outra voz ou instrumento. A imitação, esteticamente, é uma das leis fundamentais que regem a forma na arte musical. É assim um processo compositivo que é a base da polifonia e das principais formas de contraponto, como o cânone ou a fuga. Na composição em geral, proporciona ao artista recursos inesgotáveis de particular beleza, quando empregada com bom gosto. Mas atente-se: na música, imitação não é repetição de um motivo melódico ou rítmico nem progressão melódica ou harmónica. Na imitação, ao contrário dos outros casos, a reprodução é feita de uma forma diferente da que apresenta o modelo. Grandes exemplos de imitação são as suites e fugas de Bach, as sinfonias, quartetos e sonatas de Haydn, Mozart e Beethoven. Todos os compositores clássicos e românticos, tanto na suas obras vocais como nas instrumentais, conseguiram admiráveis efeitos usando a imitação.
Outras "imitações"
Também no teatro ou no cinema, as artes ditas miméticas, ou na vida quotidiana de qualquer sociedade, o gesto, o tique, a dicção, a maneira de vestir ou de olhar, são alvo de imitação». In Infopédia, Porto Editora, Porto.
Também no teatro ou no cinema, as artes ditas miméticas, ou na vida quotidiana de qualquer sociedade, o gesto, o tique, a dicção, a maneira de vestir ou de olhar, são alvo de imitação». In Infopédia, Porto Editora, Porto.
Cortesia de Infopédia/JDACT