«Na taça que eu lavrei quero que bebas
o segredo profundo dos meus dias;
e, dona do que é meu, de mim recebas
toda a riqueza que não conhecias.
A taça é branca como um véu sem cor,
e o segredo nimbado de vazio;
quero que a veja pois o teu amor,
e bebas só dum trago o luar frio.
Quero, depois, que quebres o cristal
de encontro à fraga dura da lembrança
do Poeta que fui ao natural
junto de ti a trabalhar na herança».
o segredo profundo dos meus dias;
e, dona do que é meu, de mim recebas
toda a riqueza que não conhecias.
A taça é branca como um véu sem cor,
e o segredo nimbado de vazio;
quero que a veja pois o teu amor,
e bebas só dum trago o luar frio.
Quero, depois, que quebres o cristal
de encontro à fraga dura da lembrança
do Poeta que fui ao natural
junto de ti a trabalhar na herança».
«Meu coração quebrou.
Era um cedro perfeito;
mas o vento da vida levantou,
e aquele prumo do céu caiu direito.
Nos bons tempos felizes
em que ele batia, erguido,
desde a rama às raízes
era seiva e sentido.
Agora jaz no chão.
Palpita ainda, e tem
vida de coração...
Mas não ama ninguém».
Era um cedro perfeito;
mas o vento da vida levantou,
e aquele prumo do céu caiu direito.
Nos bons tempos felizes
em que ele batia, erguido,
desde a rama às raízes
era seiva e sentido.
Agora jaz no chão.
Palpita ainda, e tem
vida de coração...
Mas não ama ninguém».