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Em 1797, três anos antes da chegada
de Cornide, tinha o duque de Lafões, citado por Hübner, dado notícia
dessas epígrafes à Academia Portuguesa. Hübner viu ali seis inscrições, pois
ainda estava no lugar CIL II 160.
Quando, em 1798, visitou a Quinta
do Deão o médico alemão Langsdorff, já só identificou CIL II 159, 161, 162, 163 e 164, isto é, as mesmas cinco inscrições
que Cornide vira em Agosto de 1800.
Significa isso que, entre 1797 e 1798, saiu do lugar o
monumento CIL II 160, que reapareceu
depois e se expõe hoje no Museu de Ammaia aí instalado.
A
ser assim, a História literaria de cada uma dessas cinco epígrafes é a seguinte:
- CIL II, 159: Editio princeps, em 1797, do duque de Lafões (daí, E. Xaro nos Annaes da Sociedade Archeologica Lusitana I-III, Lisboa 1850-1851, citado por Hübner. Em 1984, a parte direita encontrava-se no Museu de Marvão e, em 1986, o fragmento esquerdo na Quinta do Deão. Hoje no Museu de Ammaia.
- CIL II, 161: Editio princeps de Langsdorff 1798. Vista em 1996, numa casa de Gomes Esteves, no Largo de Camões, de Marvão. Hoje no Museu de Ammaia.
- CIL II, 162: Editio princeps de Langsdorff 1798. Em 1984 no Museu de Marvão.
- CIL II, 163: Editio princeps, em 1797, do duque de Lafões (daí, E. Xaro nos Annaes da Sociedade Archeologica Lusitana II, Lisboa 1851. Em 1984, na posse de José Cordeiro.
- CL II, 164: Editio princeps, em 1797, do duque de Lafões (daí, E. Xaro
nos Annaes
da Sociedade Archeologica Lusitana II, Lisboa 1851. Localiza-se a parte inferior, em 1982, na Quinta do Deão.
Quando
o general Alexander Dickson visitou a Quinta do Deão, a 24 de
Fevereiro de 1810, indica, no seu
diário que In the yard are three or four broken stones with Roman
inscriptions, que deveria ser o conjunto já descrito por Lafões, Langsdorff e Cornide.
Pelas notas de E. Xaro nos Annaes da Sociedade Archeologica Lusitana,
que Hübner citou, ficamos a saber que o achamento deste grupo de epígrafes
ocorreu em 1797, e que, até 1810, foram descritas pelo menos em
quatro ocasiões.
O
Estatuto Jurídico de Ammaia a propósito de uma Inscrição copiada em 1810
Um
dos conjuntos mais importantes da epigrafia latina antiga da Península Ibérica,
e simultaneamente um dos menos conhecidos, é constituído pelos materiais que
Lothar Wickert, encarregado pela Academia de Berlim de preparar um segundo
suplemento ao CIL II de Emílio Hübner,
reunira com essa finalidade. Esses materiais são um mixtum compositum: representam
não apenes os resultados das viagens epigráficas de Wickert por Espanha
e Portugal, levadas a cabo nos anos de 1928 e 1931, respectivamente, de que
somente chegaria a publicar uma magra e aleatória selecção em dois artigos,
enquanto que o resto permaneceu como work
in progress, abarcando desde excertos de anteriores publicações, passando
por fichas de trabalho de campo até fichas perfeitamente elaboradas para a
publicação; incluem, além disso, um número imenso de cartas, folhetos e notas
soltas, que foram remetidas à Academia de Berlim, posteriormente à morte de Hübner,
em 1901, por colegas e por
correspondentes seus tanto peninsulares como internacionais». In Juan
Manuel Abascal, Universidad de Alicante, Rosario Cebrián, Parque Arqueológico
de Segóbriga, José d’Encarnação, Universidade de Coimbra, Marvão e Ammaia ao
tempo das Guerras Peninsulares, IBN MARUAN, 2009, Edições Colibri, Câmara
Municipal de Marvão, ISBN 978-972-772-876-3.
Cortesia
de E. Colibri/CM de Marvão/JDACT