segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Poesia num Circuito Turístico II. 19 de Junho. «Quando a cidade tece a união da sua única ‘ecologia Albuquerque’ com um inglês que investiga o potencial comercial do lixo da capital, não prevê a espiral de desenganos…»

Chichorro 
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Penumbra
«Solto o meu riso
no meio do teu silêncio
e em silêncio abraço-te os joelhos

E, não defendes
não podes
nem pretendes

Defender das mãos os meus joelhos
que se prendem ainda inutilmente
à rede ritual dos preconceitos

Mas soltos sobem já
e avançam desviados
descobrindo da penumbra mais aberta

Aquilo que no corpo
é mais fechado
num odor de fruto que se enceta»


Domingo, 20/set/2015

Poema sobre o enredo
«Enredada estou de mim
nesta febre em que me vejo
já que enredada de ti
não se cura o meu desejo

que nem me pus de curar
este fogo do teu corpo
nem me pus de enganar
esta sede que provoco

pois logo desenredada
eu sei que me enredaria
neste vício de enredar
o meu espasmo em teu orgasmo

por sua vez enredado
na branda rede dos dias»
Poemas de Maria Tereza Horta, in ‘As Palavras do Corpo

In Maria Tereza Horta, As Palavras do Corpo, Publicações dom Quixote, Lisboa, 2014, ISBN 978-972-204-903-0.

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