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Com a devida vénia a Maria Soares
O
que faço
«O que
faço deste amorque ateaste em meu peito?
O que faço a esta dor
que me queima sem jeito?
Como
enxugar estas lágrimas
que
sulcam, teimosas, meu rosto?Como calar estas mágoas?
Como sarar meu desgosto?
Morre
o grito na garganta,
que a
alma já não tem vozp’ra mostrar o desalento.
A mim,
já nada me encanta!
O
meu sofrer é atroz,tua ausência é um tormento».
Poesia
«Letras
que se juntam,palavras que se formam,
frases que se compõem numa mensagem.
Gritos sem voz que se elevam
e pairam no ar ao sabor do vento.
Arma poderosa que atordoa.
Expressão de sentimentos,
de ilusões e de certezas,
mágoas caladas pelo medo!
Com ela se fala da guerra e da paz,
por ela se fala de amor e de ódio.
Nela se descreve a prisão,
com ela se canta a liberdade!
É ferramenta, é desabafo,
É voz que clama por justiça!
É a poesia das Palavras!
Mas também há poesia
no colorido desabrochar de uma flor,
no sorriso traquina de uma criança,
no trabalho esculpido na pedra,
no trinar de uma guitarra,
na cor matizada do pôr do sol,
nos olhares enamorados de um casal....
Poesia!
Amor, Paixão, Ódio, Tristeza, Desencanto!
Mora nas almas inquietas e apaixonadas!
De tudo nela se fala
E muito se transmite.
Em todo o lado se encontra,
mas nem todos a sabem ler....!»
Poemas
de Maria Soares, in “Páginas
Soltas”
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