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Há
Palavras que Nos Beijam
«Há
palavras que nos beijam como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
de imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
quando a noite perde o rosto;
palavras que se recusam
aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
entre palavras sem cor,
esperadas inesperadas
como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
letra a letra revelado
no mármore distraído
no papel abandonado)
Palavras que nos transportam
aonde a noite é mais forte,
ao silêncio dos amantes
abraçados contra a morte».
Amigo
«Mal
nos conhecemos inaugurámos a palavra amigo.
Amigo
é um sorriso
de boca em boca,
um olhar bem limpo,
uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
um coração pronto a pulsar
na nossa mão!
Amigo (recordam-se, vocês aí,
escrupulosos detritos?)
Amigo é o contrário de inimigo!
Amigo é o erro corrigido,
não o erro perseguido, explorado,
é a verdade partilhada, praticada.
Amigo é a solidão derrotada!
Amigo é uma grande tarefa,
um trabalho sem fim,
um espaço útil, um tempo fértil,
amigo vai ser, é já uma grande festa!
Alexandre O'Neill, in “No Reino da Dinamarca”
de boca em boca,
um olhar bem limpo,
uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
um coração pronto a pulsar
na nossa mão!
Amigo (recordam-se, vocês aí,
escrupulosos detritos?)
Amigo é o contrário de inimigo!
Amigo é o erro corrigido,
não o erro perseguido, explorado,
é a verdade partilhada, praticada.
Amigo é a solidão derrotada!
Amigo é uma grande tarefa,
um trabalho sem fim,
um espaço útil, um tempo fértil,
amigo vai ser, é já uma grande festa!
Alexandre O'Neill, in “No Reino da Dinamarca”
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