jdact
O
Beijo
«Congresso
de gaivotas neste céu
como uma tampa azul cobrindo o Tejo.
Querela de aves, pios, escarcéu.
Ainda palpitante voa um beijo.
Donde teria vindo! (Não é meu...)
De algum quarto perdido no desejo?
De algum jovem amor que recebeu
mandado de captura ou de despejo?
É uma ave estranha: colorida,
vai batendo como a própria vida,
um coração vermelho pelo ar.
E é a força sem fim de duas bocas,
de duas bocas que se juntam, loucas!
De inveja as gaivotas a gritar...»
Alexandre O'Neill, in “No Reino da Dinamarca”
como uma tampa azul cobrindo o Tejo.
Querela de aves, pios, escarcéu.
Ainda palpitante voa um beijo.
Donde teria vindo! (Não é meu...)
De algum quarto perdido no desejo?
De algum jovem amor que recebeu
mandado de captura ou de despejo?
É uma ave estranha: colorida,
vai batendo como a própria vida,
um coração vermelho pelo ar.
E é a força sem fim de duas bocas,
de duas bocas que se juntam, loucas!
De inveja as gaivotas a gritar...»
Alexandre O'Neill, in “No Reino da Dinamarca”
O
Amor é o Amor
O
amor é o amor, e depois?!
Vamos ficar os dois
a imaginar, a imaginar?...
O meu peito contra o teu peito,
cortando o mar, cortando o ar.
Num leito
há todo o espaço para amar!
Na nossa carne estamos
sem destino, sem medo, sem pudor
e trocamos, somos um? somos dois?
espírito e calor!
O amor é o amor, e depois?
Alexandre O'Neill, in “Abandono Vigiado”
Vamos ficar os dois
a imaginar, a imaginar?...
O meu peito contra o teu peito,
cortando o mar, cortando o ar.
Num leito
há todo o espaço para amar!
Na nossa carne estamos
sem destino, sem medo, sem pudor
e trocamos, somos um? somos dois?
espírito e calor!
O amor é o amor, e depois?
Alexandre O'Neill, in “Abandono Vigiado”
JDACT