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A tarde ia já adiantada quando os primeiros raios de Sol penetraram o céu
nublado e entraram pela janela da cabana numa tira dourada sobre os seios
nacarados e nus de Isabel. Dudley, reclinado junto a ela, apoiado no cotovelo,
delineava preguiçosamente as pequenas rolas com mão áspera mas meiga. Acariciou
o mamilo rosado que se moveu sob o seu toque. Um inesperado suspiro soltou-se
dos lábios pintados que de tantos beijos, tinham perdido o carmim. Pestanejou
por uns instantes e abriu lentamente os olhos. Isabel e Dudley tinham cavalgado
a galope pelos campos de Abril, acabando por chegar ao real pavilhão de caça, uma
tosca e pequena casa de madeira na orla de Duncton Wood. O casal tinha entrado
a rir, ofegante do esforço despendido mas, com o sangue a correr-lhes nas
veias, entregara-se a apaixonados abraços, beijos e outras intimidades em que
haviam progredido pouco a pouco, no decorrer dos meses anteriores. Tomais
algumas liberdades com a vossa rainha, meu amor, murmurou Isabel com uma certa
aspereza. E desejo tomar mais, Majestade, afirmou Dudley medindo as palavras e
considerando oportuna a sua ousadia. A rainha olhava-o com firmeza, certamente
com o propósito de o fazer recuar. Porém, Dudley era um homem excitado e pouco
se preocupava. As mangas e o corpete de Isabel estavam abertos em redor do seu
tronco esguio, mas, as saias e saiotes continuavam intactos sobre as ancas e as
pernas, embora enrugadas pelos vapores escaldantes dos abraços daquela tarde.
A
mão de Dudley acariciou a cintura estreita de Isabel e as saliências húmidas da
sua espinha. Meteu os dedos sob a renda para encontrar a fenda macia entre as
suas nádegas e, puxou com força as ancas dela contra as dele. A rainha soltou
um súbito gemido de prazer que o encorajou a soltar-lhe a saia e a tentar
encontrar-lhe o monte de pelos virgens. Robin, basta. Ele respondeu à ordem
dela cobrindo-lhe a boca com um beijo feroz. Ela moveu-se debaixo dele, mas sem
ardor, e voltou a cara. Não me detenhais agora, Isabel. Sim. Detende-vos, já
disse! A voz dela alterara-se, perdendo a suavidade. O seu corpo macio tomara a
rigidez da madeira. As faces de Dudley coraram de raiva impotente. Retirou a
mão de dentro das volumosas saias da rainha. Isabel observou o belo rosto de
Dudley enquanto este tentava dominar-se. O seu forte desejo pelo corpo da rainha,
que amava e temia, transformara-se, com a ordem dela numa súbita fúria e depois
noutra coisa diferente, mais difícil de identificar. Tratava-se da Rainha. Ele
era seu súbdito. Os olhos dele mostravam como aquela embaraçosa situação o
transtornava. Ela sabia ser a única mulher em Inglaterra a poder exercer tal
autoridade sobre um homem. Aquela força exultante era nova, pois a sua coroação
tivera lugar havia apenas três meses e Robert Dudley era seu amigo desde a
infância. Assim que fora coroada rainha, o afecto dele tinha-se transformado
num fervor veemente que lhe fora irresistível. Obedecendo a um impulso nomeara-o
mestre-cavaleiro e deixara-o cavalgar, atrás de si, no cortejo da coroação para
que todos o vissem. Já os julgavam íntimos. Porém, Isabel recusara-lhe, até aí,
o último favor. Robin, meu amor...» In Robin Maxwell, O Diário Secreto de Ana
Bolena, Planeta Editora, colecção Tudor 1, 2002, ISBN 978-972-731-131-6.
Cortesia de
PEditora/JDACT