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«(…)
É
esta a hora…
«É
esta a hora perfeita em que se cala
O confuso
murmurar das gentes
E dentro
de nós finalmente fala
A voz
grave dos sonhos indolentes.
É
esta a hora em que as rosas são as rosas
Que
floriram nos jardins persas
Onde
Saadi e Hafiz as viram e as amaram.
É
esta a hora das vozes misteriosas
Que
os meus desejos preferiram e chamaram.
É
esta a hora das longas conversas
Das
folhas com as folhas unicamente.
É
esta a hora em que o tempo é abolido
E nem
sequer conheço a minha face».
In
Sophia de Mello B. Andresen, Dia do Mar, Obra Poética, Editorial Caminho, 2009,
ISBN 978-972-211-586-5.
Cortesia
de ECaminho/JDACT