Cortesia
de wikipedia e jdact
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A abertura dos Arquivos
Claro que
os conspirólogos fazem a festa e deliram em cima do que possa haver por lá, que
iria desde algum texto assinado pelo próprio Jesus Cristo, até relíquias de
santos medievais preservadas por motivos escusos. O facto é que a conservação
que os especialistas dos arquivos realizam parece dar o efeito necessário. A
editora que cuidou da reprodução da carta de Henrique VIII afirmou, na época do lançamento das cópias, que no
pergaminho (do Vaticano) estão pendurados lacres magnificamente conservados,
enquanto o documento que ficou na Inglaterra está em estado de conservação
precário. Em algumas partes chega a ser ilegível e não há nenhum lacre. Se a
Inglaterra, que deveria ter a sua cópia bem-conservada, a tem em estado
precário, imagine só como estaria a do Vaticano, com seus 85 lacres,
emoldurados em metal e unidos por uma fita
de algodão e seda de 40 metros de comprimento. Somente esse documento pesa por
volta de 2,5 quilos. Existem actualmente pelo menos dois cargos de destaque na
hierarquia ligada aos Arquivos Secretos: o de prefeito dos arquivos, que cuida
da administração desse órgão, e o de arquivista, que cuida do acervo em si.
Lendas
e Especulações
Por
vezes, é claro, as pessoas se deparam com algumas informações inusitadas nos
Arquivos. Por exemplo, vejamos a notícia abaixo, divulgada pela agência Acclesia,
a agência de notícias da Igreja Católica em Portugal, em Setembro de 2006:
A Santa Sé procede, a partir de hoje, à abertura da
totalidade dos arquivos do pontificado do papa Pio XI (1922-1939). Até agora,
apenas uma parte destes arquivos está disponível para consulta aos
investigadores. A abertura destas fontes históricas refere-se, nomeadamente, a
toda a actividade diplomática da Santa Sé, no período que antecedeu a II Guerra
Mundial, e foi decidida por Bento XVI, seguindo um desejo já antes manifestado
pelo seu antecessor João Paulo II. Assim, passarão a estar disponíveis à
investigação histórica, nos limites dos regulamentos, todos os fundos
documentais até a Fevereiro de 1939 [...] nomeadamente os Arquivos Secretos do
Vaticano e os arquivos da segunda secção da Secretaria de Estado responsável
pelos negócios diplomáticos, concretiza o comunicado. O trabalho de cerca de 20
pessoas, nos últimos quatro anos, torna possível a abertura dos Arquivos
Vaticanos relativos ao Pontificado de Pio XI (1922-1939) e, com isso, o acesso
a um enorme campo de pesquisa histórica. O período abarca as trágicas
consequências da I Guerra Mundial, o percurso que levou à II Guerra Mundial; a
chegada ao poder de Mussolini, Hitler ou Estaline; a crise de 1929, as guerras coloniais e civis, e as
leis raciais alemãs e italianas, entre outros acontecimentos. Pio XI foi uma
presença notável, nesta altura: resolveu a questão romana com os Pactos
Lateranenses (1929), protegeu e aumentou a Acção Católica, celebrou o Jubileu
de 1925 e o extraordinário em 1933-1934, planeou um enorme projecto missionário
que chegou à China, desenvolveu a sua acção para o Oriente, olhou com olhos
novos a ciência, estabeleceu relações diplomáticas entre a Santa Sé e vários
países do mundo. O prefeito do Arquivo Secreto Vaticano, o padre Sergio Pagano,
anunciou oficialmente já em 2002 que, após a abertura do Pontificado de Pio XI,
tudo se fará para disponibilizar as fontes documentais vaticano-alemãs relativas ao pontificado de Pio XII (1939-1958),
em parte já publicadas por vontade de Paulo VI nos 12 volumes (1965-1981) dos Actes et documents du
Saint-Siège relatifs a la seconda guerra mondiale. Há algum
tempo está também disponível o fundo do departamento de informações vaticano
para os prisioneiros de guerra, que compreende documentos de 1939 a 1947. Além
disso, foram também abertos os arquivos das nunciaturas de Munique e de Berlim
até 1939.
Em Julho
de 2010, a editora belga VdH Books anunciou o lançamento do livro The Vatican secret Archives, com nada menos que
252 páginas cheias de fotografias do complexo e reproduções de documentos
restritos. Auxiliada pelo cardeal Raeffaele
Farina, o actual arquivista do local, a equipa do
livro teve autorização para apresentar algumas
reproduções dos arquivos, com comentários históricos detalhados do
religioso». In Sérgio P. Couto, Os Arquivos Secretos do
Vaticano, Da Inquisição à renúncia de Bento XVI, Editora Gutenberg, 2013, ISBN
978-856-538-385-1.
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de EGutenberg/JDACT