Cortesia
de wikipedia e jdact
Corações
Errantes
«Ela
vinha caçando Ryan Marlow havia cerca de três semanas, desde que ele tinha
esvaziado as contas bancárias da família e fugido de Nova York, sob o peso de
acusações de peculato. Por que motivo Ryan decidira parar em Boston a fim de
namorar um pouco online era uma incógnita, mas Emma Swan não se importava nem
um pouco com o que os fugitivos que ela despistava fizessem ou deixassem de
fazer. Ela não era paga para tomar conhecimento das histórias deles; recebia
para descobrir onde estavam, capturá-los e levá-los para a cadeia. Emma
levantou-se e ficou observando o rapaz, um pouco incomodada com os saltos
altos. Marlow ainda não a tinha visto, e ela olhou-o por um instante. Era
bonito, exactamente como aparecia nas fotos, mas também possuía algo de bajulador.
O que completava o quadro, é claro, porque arrogância e petulância pareciam ser
a regra entre esses banqueiros. Havia algo na sua fria autoconfiança enquanto
ele esperava, o que na verdade a deixou enjoada. Ela se aproximou de Ryan. Ah, deve
ser Emma, disse ele, levantando-se quando ela se aproximou da mesa, e ela
estampou o seu melhor sorriso de boas-vindas, estendendo-lhe a mão. Franziu a
testa ao ver as suas unhas... Tinha-se esquecido de pintá-las... Ele abriu um
sorriso largo e lascivo. Como um lobo. Eles cumprimentaram-se com um aperto de
mãos, e o homem manteve os olhos fixos nela. Ryan, disse. Enquanto se sentava,
Emma depois de ver algo nos seus olhos, sorriu para ele e disse: bem, parece
aliviado. Sinto muito, disse ele, rindo nervosamente. Nunca sabemos como será a
aparência de uma pessoa quando a conhecemos pela internet, entende? Ele foi
para o seu lugar e sentou-se. E você, bem... É muito bonita, tanto online como
na vida real.
Emma não corou, apenas baixou os
olhos, fingindo sentir-se lisonjeada. Como era mesmo que estava escrito no
perfil online dele? Divorciado, sem filhos, gostava de yoga e de basquetebol?
Certo. Emma conhecia a história da vida real dele. Lá em Nova York, ele tinha
três filhos, todos com menos de dez anos de idade, e uma esposa que trabalhava
meio período para tentar viver sozinha. Naquele exacto momento, a esposa estava
tentando conseguir alguma ajuda da Previdência Social. Arrasada. Falida.
Precisando explicar aos filhos onde estava o pai. Essa era a vida real. E ali
estava Ryan Marlow, que ainda tinha vontade de namorar depois de fazer isso com
outra pessoa. Então, disse Ryan. Fale-me um pouco de você, Emma. Emma deu o seu
sorriso mais sensual. Bem disse ela. Em primeiro lugar, devo dizer que sou
muito boa em julgar o carácter dos outros. Ryan Marlow pareceu surpreso. Ela ia
adorar acabar com esse sujeito.
Noutro mundo, noutro tempo.
Branca de Neve estava de mãos dadas com o Príncipe Encantado no salão de baile
do Castelo Real. Todos os súbditos do reino cercavam o casal. Os dois se
olhavam nos olhos enquanto o bispo perguntava a Branca se ela queria ficar com
o Príncipe para sempre. Não houve hesitação. Ela disse nervosa e amorosamente
que sim, e os dois sorriram um para o outro, enquanto o bispo os declarava
marido e mulher. Os músicos da corte começaram a tocar, e o Príncipe e Branca
se inclinaram para se beijar uma vez mais. Tinha sido uma espécie de milagre. O
Príncipe havia despertado Branca de um sono amaldiçoado, provocado pela sua
madrasta, a Rainha Má. E, como se viu, eles ainda não estavam livres dela. Dessa
vez, assim que os seus lábios se tocaram, um tremendo estrondo de trovão sobrepujou
a música, e muitos no salão gritaram. Os convidados se viraram todos ao mesmo
tempo em direcção às grandes portas do salão de baile, onde o som se originara,
que tinham-se aberto de repente com grande violência, atingindo as paredes de
cada lado da entrada. Lá, no limiar das portas, havia uma figura toda de preto.
A Rainha Má. Novamente. Maravilhoso, pensou Branca. Mais um pouco disto. Os
guardas correram quando ela começou a caminhar em direcção a Branca e ao Príncipe,
agarrados um ao outro no centro do salão. A Rainha enviou meia dúzia de guardas
pelos ares com apenas um movimento da mão... A sua magia continuava poderosa, não
havia dúvida. Quando ela já estava perto deles, Branca empurrou o Príncipe para
trás, agarrou o punho da sua espada e a desembainhou antes que ele pudesse detê-la.
Branca de Neve apontou a lâmina para a Rainha, com os olhos flamejantes. Não é
bem-vinda aqui, disse, e a sua voz forte ecoou pelo enorme salão». In Odette
Beane, Once Upon A Time Tale, Despertar, Edição Titan Books,
2013, ISBN 978-178-116-907-0.
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