terça-feira, 5 de abril de 2022

O Enigma de Jefferson. Steve Berry. «Outra caixa de alumínio surgiu na fachada. Imediatamente, ele notou que seu cano era mais largo do que aquela que tentava domar. Aquilo não era um rifle. Parecia algum tipo de morteiro ou lança-foguetes»

jdact

«(…) Malone ouviu as balas sibilando pelos painéis de vidro à sua direita e à sua esquerda. O cavalo selvagem de alumínio no qual estava montado continuava disparando. Ele deu mais um puxão no dispositivo, mas engrenagens internas redireccionavam a arma de volta para o alvo. Ele deveria recuar para o interior do quarto. Daniels estava dentro do carro e se afastava rapidamente. Gritar seria inútil. Ninguém escutaria sua voz no meio daquele tiroteio e aos uivos da opereta urbana de Nova York. Outra janela explodiu, agora no canto oposto do Grand Hyatt, a 30 metros de onde ele estava inclinado. Outra caixa de alumínio surgiu na fachada. Imediatamente, ele notou que seu cano era mais largo do que aquela que tentava domar. Aquilo não era um rifle. Parecia algum tipo de morteiro ou lança-foguetes.

Os agentes e os policiais que atiravam contra ele perceberam a novidade e dirigiram sua atenção para aquela nova ameaça. Naquele instante, ele se deu conta de que o cérebro que havia instalado aqueles dispositivos contara com a possibilidade de Daniels ser empurrado de volta para o carro e ir embora. Ele pensou na exactidão daquele rifle autómato com controle remoto, até que ponto seria certeiro?, e descobriu que a intenção a princípio não era acertar no presidente. O plano tinha sido deslocá-lo, transformando-o num alvo que pudesse ser mais facilmente atingido. Como aquele Cadillac preto de tamanho exagerado. Ele sabia que a limusine do presidente era blindada. Mas conseguiria suportar um ataque de foguetes vindo de poucos metros de distância? E que tipo de ogiva estava naquele projéctil?

Os agentes e os policiais corriam pelas calçadas, tentando obter um melhor ângulo de tiro contra a nova ameaça. A limusine de Daniels se aproximava do cruzamento entre a rua 42 e a Lexington Avenue. O lança-foguetes girou sobre seu eixo. Ele precisava fazer alguma coisa. O rifle ao qual estava agarrado continuava disparando, um tiro após o outro, a cada cinco segundos. As balas zuniam nos prédios opostos e na rua lá em baixo. Esticando ainda mais o seu corpo sobre a estrutura de alumínio, ele passou o braço em volta da caixa e deu um puxão violento para a esquerda. As engrenagens internas pareceram se deslocar e se rearmar à medida que ele forçava o cano paralelamente à fachada do hotel. As balas varavam o ar na direcção do lança-foguetes. Ele ajustou a mira, buscando a trajectória certa. Uma bala acertou no objectivo, atingindo a estrutura de alumínio. A caixa que ele agarrava parecia fina, o alumínio flexível. Ele esperava que a outra fosse feita do mesmo material. Mais dois tiros acertaram no alvo em cheio. Uma terceira o perfurou. Centelhas azuis espocaram. As chamas surgiram no instante em que um foguete saiu do lançador». In Steve Berry, O Enigma de Jefferson, 2011, Editora Record, 2012, ISBN 978-850-140-205-9.

Cortesia de ERecord/JDACT

JDACT, Steve Berry, Século XIX, USA, Literatura,