Símbolos Eternos
Um Plano Geoestratégico
Chamado Portugal
Até os inimigos reconheceram
a grandeza da nossa História
«O grande economista Adam Smith escreveu
na abertura do livro A Riqueza das Nações, ainda hoje estudado em todas as
universidades do mundo, que a descoberta da América por Colon e a chegada de Vasco
da Gama à Índia foram os dois maiores acontecimentos da História. Já o historiador
económico norte-americano Leo Huberman escreveu no século XX no seu livro História
da Riqueza do Homem que os portugueses dos Descobrimentos foram os criadores
do comércio verdadeiramente internacional. No século XVI, portugal foi comprovadamente
a primeira potência comercial de dimensão global. Nunca antes nenhuma potência
marítima tinha chegado tão longe e abrangido tantos continentes ao mesmo tempo.
Mas a partir do final daquele século, com a perda da independência para a
Espanha em 1580 e a participação de navios e forças militares portuguesas na Invencível
Armada de Filipe II de Espanha, que acabou por ser derrotada pelos ingleses
no canal da Mancha, estava ditada â sorte do nosso império: ser disputado em todos
os palcos e por todos os meios, navais, militares, políticos, diplomáticos e até
religiosos e culturais.
No entanto, no século XVII, o combate
dos holandeses (além das armas) pela via jurídica e diplomática ao conceito de Mare
Clausum,o mar exclusivo, que tinha ajudado decisivamente a construir o Império
Português do Oriente, acabou por levar os nossos concorrentes a fazer um dos mais
rasgados elogios aos navegadores lusitanos, que ficou registado para sempre na História
do Mundo. Ao pretender contrariar o direito de monopólio comercial e marítimo dos
portugueses no Atlântico e no Índico, isto é, acabar com o Mare Clausum,
o filósofo holandês Hugo de Grotius escreveu no século XVII, no capítulo V do seu famoso livro The. Rigbts
of 'War and Peace, considerado o fundamento do Direito Internacional:
Porque não há parte
alguma do mar em que não tenha havido um português a entrar primeiro, resultaria
daí que toda a navegação seria da sua posse! Estaríamos [os holandeses] excluídos
de todo o lado. E eles [os portugueses] que andaram por todo o mundo, teriam conquistado
todo o oceano para eles. (...) Que os portugueses renovaram a navegação; que o descobriram
]o mar] a [favor de] nações europeias que o não conheciam, com grandes trabalhos,
custos e perigos? (...) Quem seria tão louco a ponto de não lhes estar grato? [Mas]
devem receber: o mesmo agradecimento e a mesma glória imortal com que todos os grandes
descobridores se contentaram. Quantos não se beneficiam a si próprios, mas à Humanidade?»
O discurso de Grotius tinha como
objectivo justificar o acesso ao Mare Clausum ou fechado (reservado aos portugueses
e aos espanhóis) por parte de outras potências como a Holancla, para a posteridade
ficou igualmente registado um dos mais rasgados elogios ao pioneirismo dos portugueses
nas mais importantes descobertas por via marítima da História da Humanidade. Mas
afinal como se começou a forjar o destino glorioso deste pequeno país?» In José
Ferreira Gomes, Factos Escondidos da História de Portugal (que os Compêndios não
nos dizem), 2021, Oficina do Livro, 2021, ISBN 978-989-661-002-9.
JDACT, José Ferreira Gomes, História, Cultura, Conhecimento, O Saber,