Petula, Riva-Marchesi, Paris, 1927
O trabalho de João Penalva parte frequentemente de um dado, de um acontecimento ou de um referente concreto para desenvolver uma multiplicidade de objectos e dispositivos cujas relações sinérgicas enformam sofisticadas narrativas.
A metodologia habitualmente utilizada pelo artista determina que, uma vez identifcado o referente, este é sujeito a um meticuloso processo de investigação através do qual se recolhem documentos, memórias, relatos, histórias e outros materiais que delimitam um amplo universo informal, no interior do qual João Penalva intervém estabelecendo nexos, provocando desdobramentos e introduzindo novos elementos. Deste exercício resultam elaboradas instalações onde instâncias dos mais diversos meios interagem e se contaminam, estabelecendo um território ambíguo entre a ficção e a realidade, e em cujos indícios e desafos se alicerça a experiência eminentemente subjectiva do espectador.
João Penalva
O trabalho artístico de João Penalva sempre se revelou atento aos cruzamentos entre texto e imagem, visão e linguagem. As narrativas desse modo subtilmente sugeridas, envolvendo uma estreita ligação entre o cuidado formalista e uma muito particular dimensão conceptual, têm promovido uma das obras mais singulares do panorama artístico português contemporâneo.
Agenda Cultural/Lisboa/JDACT