Francisco Morato Roma: Autor do trabalho, «Luz da Medicina prática, racional e metódica, guia de enfermeiros», dividida em três partes, Lisboa (1664)

Cortesia da CMCastelo de Vide

Francisco Morato Roma, foi um famoso médico português nascido em Castelo de Vide, no Alto Alentejo. Foi autor do trabalho Luz da Medicina prática, racional e metódica, guia de enfermeiros, Lisboa (1664), dividida em três partes, com novas edições em Lisboa e em Coimbra. Estudou filosofia em Évora e medicina em Coimbra e tornou-se médico do Duque de Bragança, começando por atender o Duque D. Theodosio (1619).

Em sua última edição (1753), em Coimbra, apresentava como subtítulo Diretório de principiantes, e sumário de remédios para acudir e remediar os achaques do corpo humano, começando do mais alto da cabeça e descendo até o mais baixo das plantas dos pés.

«Tratado único das doenças particulares das mulheres»; «Do regimento que devem guardar as prenhadas para bem parir», in Luz da Medicina Pratica, Racional e Methodica, Guia de Enfermeiros Dividida em Tres Partes (...) de F. Morato Roma (Lisboa, 1664).

Segundo Joaquim (1983. 85), o autor do «Tratado da Feliz Parida» é explícito na sua intenção de levar as luzes do conhecimento médico à população rural. «Não he mais que acodir [...] aos desamparados dos Médicos, aos quais vivem fora das povoações para que possam acodir à sua necessiade, e não morrerem à míngoa, não sabendo o que devem fazer, nem terem ordem para o consultar» (Roma, 1664. 317, cit. por Joaquim, 1983. 85).

Da sua Luz da Medicina diz Lemos (1991a. 35-36) que: (i) “se destinava a indivíduos de poucos conhecimentos médicos”; (ii) se limitava a “um resumo das doutrinas de Hipócrates, Galeno, etc., sobre os diversos capítulos da patologia”; e que, por fim, (iii) continha “raríssimas notas pessoais”, de interesse clínico.

Como complemento, e com a devida vénia, um texto do portal Fonte da Vila.

«Neste dia, 3/10/1588, ou no dia 4 (desconhece-se a data exacta), nasce em Castelo de Vide Francisco Morato Roma, o célebre médico da ducal Casa de Bragança e do Senhor D. João IV. Segundo um documento referido pelo Dr. P.M. Laranjo Coelho, Francisco Morato Roma era filho de "João Morato, mercador, que vivia de sua fazenda, e de Maria Calado; neto paterno de Pedro Afonso Neves e de Inês Álvares; neto materno de Gonçalo Fernandes e de Filipa Mendes Roma, todos naturais e moradores em Castelo de Vide, pessoas nobres da vila, de boa vida e costumes".

Morato Roma formou-se em Filosofia na Universidade de Évora e posteriormente em Medicina na Universidade de Coimbra. Veio em seguida para Castelo de Vide exercer medicina, onde adquiriu, bem como em outras localidades do Alto Alentejo, grande reputação. Esta reputação chamou a atenção do Duque de Bragança D. Teodósio, que em 1619 o nomeou médico de sua casa no paço ducal de Vila Viçosa. Seu filho, o futuro rei D. João IV, confirma-o no cargo, e quando aclamado rei em Dezembro de 1640 leva-o para a corte como médico da Real Câmara.

Casou em primeiras núpcias com Isabel Gomes, filha de Bartolomeu Dias e de Inês Dias, todos naturais e moradores em Alpalhão. Casou de novo por volta de 1634 com Maria de Andrade do Vale, filha de Marcos de Andrade e de Ana Fernandes, todos naturais e moradores em Guimarães. A 22 de Junho de 1669, casa em terceiras núpcias com Leonor Delicado, natural de Alpalhão e viúva do Dr. António Mousinho Galeano». 

Morre aos 82 anos de idade, no dia 11 de Janeiro de 1670.

Cortesia de Fonte da Vila/Luís Graça,Textos sobre saúde e trabalho/JDACT