sexta-feira, 1 de junho de 2012

Tanto e Tão Perto. O Antigo sempre Novo. Lisboa. «Belém é testemunho de influências e de trocas centenárias que se prolongam no Futuro. É o rio que nos conduz ao mar. E é o mar que nos chama. Daqui partiram as caravelas tendo como destino final terras de Oriente, com cheiro a pimenta e açafrão»


Lisboa
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«Lisboa é como uma manta de retalhos. Uma cidade grande, feita de paisagens, arquitecturas e modos de vida muito distintos. E se a alma de uma cidade está nas suas gentes e nos seus lugares, faz todo o sentido começar o passeio pelo Castelo de S. Jorge. A primeira edificação enquanto edifício de defesa é muçulmana e datada dos séculos X-XI. Em 1147, o castelo e a cidade foram conquistados aos mouros por Afonso Henriques, primeiro Rei de Portugal.
Desça até Alfama, um dos bairros mais típicos de Lisboa. Aqui encontra o Museu do Fado e inúmeras casas-restaurantes onde pode jantar enquanto ouve esta canção nacional centenária, sempre actual e actualizada. Rumando ao coração da cidade, encontra por fim a Baixa Pombalina, construída por ordem do Marquês do Pombal, ministro de José I, depois do grande terramoto de 1 de Novembro de 1755. De traçado recticular de rua/quarteirão e inspiração iluminista, a reedificação da Baixa constituiu o primeiro caso de planificação e construção normalizada e em série. Destaque para o surpreendente Elevador de
Santa Justa, da autoria de Mesnier du Ponsard, suposto discípulo de Gustave Eiffel.
Subindo encontra o Chiado, local de cultura e ambiente sofisticado, de encontro e de  troca entre artistas, intelectuais e poetas. O famoso Fernando Pessoa tem estátua à mesa em frente à “A Brasileira” e logo ao lado o Carmo. O seu largo foi palco privilegiado na revolução de 25 de Abril de 1974, quando militares e populares cercaram o quartel. Mesmo ao lado, encontra as ruínas do Convento do Carmo, actualmente Museu Arqueológico.
Continuando a subir, o passeio conduz-nos inevitavelmente ao Bairro Alto, Meca dos jovens e da vida nocturna lisboeta, este é um lugar onde o antigo e o novo, o típico e o sofisticado convivem em harmonia. Mercearias, tascas e casas de fado ombreiam com bares, lojas de moda e design, num caldo de gentes e tendências muito próprio. Ponto de partida para outras paragens, Belém é testemunho de influências e de trocas centenárias que se prolongam no Futuro. É o rio que nos conduz ao mar. E é o mar que nos chama. Daqui partiram as caravelas tendo como destino final terras de Oriente, com cheiro a pimenta e açafrão.
Foi precisamente a chegada à Índia que motivou a construção do talvez mais representativo monumento da época dos Descobrimentos, o Mosteiro dos Jerónimos. Mandado erguer em 1501 por Manuel I só foi concluído 100 anos depois. Este testemunho máximo da portugalidade do século XVI, integra elementos do gótico tardio e do renascimento, juntamente com motivos régios, religiosos, naturalistas e náuticos. O resultado é de uma grandiosidade e beleza ímpares, que o tornam digno do reconhecimento enquanto Património Cultural da Humanidade da UNESCO. No interior, a Igreja de Santa Maria de Belém é uma oração sob a forma de um magnífico templo de três naves. A altura do edifício, sustentado por elegantes pilares, que se articulam com uma bela abobada ogivada, e os raios de luz que entram furtivamente pelos vitrais criam um ambiente único, marcado pelo encontro entre o humano e o espiritual. Aqui encontra também os túmulos do navegador Vasco da Gama e do poeta épico, cantor da epopeia dos Descobrimentos, Luís de Camões. Mas o encontro e as trocas entre as gentes e culturas não são coisas do passado. Continuam a acontecer e a ser actualizados, todos os dias, no quotidiano da cidade e em actividades artísticas, como as que acontecem no Centro Cultural de Belém.
Do outro lado da linha de comboio, banhada pela água está a Torre de Belém, monumento concebido no século XVI por Francisco Arruda, marca o local de início da epopeia, a pequena praia de onde partiam as embarcações. A sua arquitectura mistura influências árabes e venezianas nos balcões e varandins, com os elementos orgânicos e marítimos de decoração, próprios do estilo manuelino.
Junto à pequena marina de Belém encontra ainda o Padrão dos Descobrimentos. Mandado construir em 1960 pelo 5º Centenário da morte do Infante Henrique, homenageia o impulsionador máximo da empreitada marítima portuguesa e todos os que consigo a tornaram possível.

A Oriente encontra uma nova Lisboa, feita de infra-estruturas modernas, horizontes abertos e um convívio estreito com o Rio Tejo. Antiga zona industrial, o Parque das Nações foi objecto de uma requalificação total aquando da realização, neste espaço, da Expo 98. Hoje assume-se como um novo bairro da cidade, com vida própria e uma oferta única em termos de cultura, serviços, desporto, animação e lazer.
O maior destaque vai para o Oceanário de Lisboa. Da autoria do arquitecto norte-americano Peter Chermayeff, o edifício instalado num cais e rodeado de água, apresenta as riquezas naturais de fauna e flora dos oceanos Antárctico, Índico Tropical, costa rochosa do Pacífico e Atlântico Norte. Mas a atracção principal é o tanque central, um grandioso aquário com cerca de 1000 m2 e 5000 m3 onde pode encontrar cerca de 100 espécies diferentes de peixes de vários recantos do oceano, convivendo pacificamente.
Saindo dos Oceanos podemos continuar a aventura no Pavilhão do Conhecimento, um museu interactivo que ensina a ciência a miúdos e graúdos, de modo acessível e divertido. Aqui pode encontrar grandes exposições temáticas e um espaço multimédia com cibercafé.
Para ficar a conhecer a extensão e a oferta deste espaço, pode usar o comboio ou o autocarro. Encontrará uma paisagem marcada por uma arquitectura arrojada, como a do Pavilhão de Portugal da autoria de Siza Vieira, com a sua imponente pala de betão baseada na ideia de uma folha de papel pousada em dois tijolos». In Turismo de Portugal, Lisboa, Tanto e Tão Perto, Uma rota única, feita por si, O antigo sempre Novo.


Cortesia de Turismo/JDACT