quinta-feira, 26 de julho de 2012

Afonso Sanches. Filho de Dinis I. Cerva, sua terra natal. «… no ano de 1318 surge na origem e protecção do mosteiro de Santa Clara de Vila do Conde. Seu pai Dinis presta auxílio ao Mosteiro no ano de 1319 e nomeia Afonso Sanches mordomo-mor do Rei ou da Corte, isto é, o maior homem da casa del-Rei»


Cortesia de wikipedia

«Afonso Sanches, nasceu em Cerva no ano de 1289, filho do rei Dinis e de D. Aldonça Rodrigues Talha. Filho bastardo, depois legitimado, predilecto de Dinis I, talvez por ser o primeiro antes do casamento com a rainha Santa Isabel, e pretendente ao trono português, ou porque acompanhava sempre o seu pai. Afonso Sanches casou com D. Teresa de Martins (de Meneses), no ano de 1304. A 2 de Dezembro de 1312, dez meses após a morte do conde Martim Gil, por carta escrita pelo rei Dinis concedeu a seu filho Afonso Sanches e sua esposa vinte mil libras, com as quais compra numerosas terras que Martim Gil tinha entre Douro e Minho, entre outras as terras de Cerva e Atei.
Talvez por tudo isto é que Dinis I, seu pai e rei de Portugal, ordenou ao seu porteiro, quando das inquirições que entrasse em todas as freguesias excepto na de Cerva e Atei.
Afonso Sanches no ano de 1318 surge na origem e protecção do mosteiro de Santa Clara de Vila do Conde. No ano de 1322 manda construir em Castela o castelo de Albuquerque na Extremadura espanhola. Seu pai Dinis presta auxílio ao Mosteiro no ano de 1319 e nomeia Afonso Sanches mordomo-mor do Rei ou da Corte, isto é, o maior homem da casa del-Rei. Destacando-se pelo seu talento para a poesia e desempenho das suas obrigações, provoca ciúmes no seu meio-irmão infante Afonso e futuro rei Afonso IV, provocando uma contenda-revolta contra o rei Dinis, pai de ambos. 
 
Sempre vos eu d'outra rem mais amei
por quanto bem Deus em vós pôs, senhor,
des i ar hei gram mal e desamor
de vós e por ém, mia senhor, non sei
se me praza porque vos quero bem,
se mi ar pes'ém por quanto mal me vem.
Por quanto bem, por vos eu nom mentir,
Deus em vós pôr, vos am' eu mais que al,
des i ar hei mi grand'afam e mal
de vós, e por ém nom sei bem partir
se me praza porque vos quero bem,
se mi ar pes'ém por quanto mal me vem.
Por quanto bem Deus em vós foi poer
vos am'eu mais de quantas cousas som
hoje no mund'e nom hei se mal nom
de vós, e por ém nom sei escolher
se me praza porque vos quero bem,
se mi ar pes'ém por quanto mal me vem.
Pero, senhor pois m'escolher convém.
escolh'eu d'ambas que mi praza ém.
In Rosa do Mundo, ‘2001 Poemas para o Futuro
(Assírio & Alvim, 2001)
 
Mais tarde, no ano de 1323, o rei e seu filho infante Afonso fazem as pazes. Afonso Sanches vendo o seu pai doente e conhecendo o rancor do seu irmão, resignou ao cargo de mordomo-mor e refugiou-se com a família no Castelo de Albuquerque. É nomeado Senhor de Albuquerque, na Extremadura espanhola, senhor do castelo onde mais tarde D. Inês de Castro viveu vários anos.
O rei Dinis morre a 7 de Janeiro de 1325, e o infante Afonso é aclamado rei de Portugal passando a ser Afonso IV. A sua primeira decisão foi mandar executar um outro irmão ilegítimo, João Afonso, mas não pôde fazer o mesmo com Afonso Sanches. No entanto promulgou um decreto que o condenava ao desterro perpétuo e lhe confiscava os bens que possuía em Portugal. Afonso Sanches pediu a devolução de seus bens e, perante a recusa, juntou um exército com o qual invadiu Portugal, por Trás-os-Montes. As tropas reais nem sempre saíram vencedoras. A Rainha Santa interveio para dar um fim a esta luta. Foi feito um Tratado de Paz no ano de 1326 em que Afonso Sanches viu restituídos os seus bens patrimoniais. Afonso Sanches morre em 1329 no Castelo em Albuquerque. O seu corpo foi levado para o Convento de Santa Clara de Vila do Conde. Actualmente encontra-se no seu túmulo na Capela dos Fundadores do Mosteiro, juntamente com sua esposa D. Teresa Martins. Em 1722, foi aberto o processo de beatificação deste casal. Na altura, o frade franciscano Fernando da Soledade escreveu um livro intitulado ‘Memória dos Infantes’, a atestar as suas virtudes». In Wikipédia.
 
Cortesia de Wikipedia/JDACT