segunda-feira, 3 de junho de 2013

Os Templários e o Templarismo na Literatura Portuguesa e traduzida para português (século XIV - 2006). Manuel J. Gandra. «… na qualidade de um dos doze vassalos do Infante Pedro que haviam jurado aconselhá-lo a observar o Tratado de concórdia celebrado com seu pai, o rei Afonso IV»

Cortesia de wikipedia

«(…) Não é o presente catálogo mais que um indículo, provisório, porquanto incompleto, como todos os catálogos bibliográficos, mas precursor no seu género, dedicado ao exclusivo recenseamento e antologia da produção literária centrada na Ordem dos Pobres Cavaleiros de Nosso Senhor Jesus Cristo. Pretende-se, deste modo, facultar, a curto prazo, o acesso a um acervo organizado, apresentado e comentado de acordo com uma metodologia desinibida e sistémica, a qual presidirá ao tratamento de toda a informação veiculada. Independentemente das expectativas, essa circunstância será uma garantia de seriedade, além de possuir a vantagem óbvia de contribuir para dissuadir da sua pulsão efabulatória os hermeneutas oportunistas e os vendilhões do Templo.

Lírica Trovadoresca
Anónimo. Vi los valientes Templarios. Cantiga de escárnio, reproduzida por Anselmo Braamcamp Freire (Brasões da Sala de Sintra. Fernando Peres Andrada foi primogénito e senhor de Puente de Eume, Ferrol e Vilalba, na Corunha. Aires Sá (Frei Gonçalo Velho) apresenta-o em Canaveses, no dia 5 de Agosto de 1355, na qualidade de um dos doze vassalos do Infante Pedro que haviam jurado aconselhá-lo a observar o Tratado de concórdia celebrado com seu pai, o rei Afonso IV. Pelo seu lado, Braamcamp Freire conjectura, invocando para o efeito Fernão Lopes, Crónica de D. Fernando, cap. XCIX, que Fernão Peres Andrade fosse irmão ou primo coirmão do mestre de Cristo Nuno Rodrigues Freire, preceptor de João, filho natural de Pedro e D. Teresa Lourenço, para quem pediu, em 1364, o mestrado de Avis, visto Fernão Peres ser tio de Rui Freire, filho do mestre Nuno;

Gil Peres Conde, Non é Amor en caz d’e[l]-rrey. In Cancioneiro da Biblioteca Nacional, 1525 e Cancioneiro Coluci-Brancuti, 398. O sirventês em questão, composto quase certamente durante a guerra de Granada, é considerado por Rodrigues Lapa, Lições de Literatura Portuguesa: época medieval, Lisboa, 1934, a obra prima deste trovador, fidalgo português e autor de 34 cantigas de escárnio e maldizer, que esteve ao serviço de Afonso X e Sancho IV de Castela. Editado por Carolina Michaellis de Vasconcellos, in Zeitschrift fur Romanische Philologie, v. 4, 1901; J. J. Nunes, in Crestomatia Arcaica, p. 400; M. Rodrigues Lapa, in Cantigas d' Escarnho e de Mal Dizer dos Cancioneiros Galego-Portugueses, edição crítica, Coimbra, 1965, e Fernando V. Peixoto Fonseca, in Cantigas de Escárnio e Maldizer dos Trovadores Galego-Portugueses, Lisboa, 1971. O tema da Casa de El-Rei ocorre igualmente em João Airas (CBN 890) e João Airas de Santiago (CV 634).

Matéria da Bretanha
João de Barros, (1496-1570), Chronica do Emperador Clarimundo, donde os Reys de Portugal descendem, tirada da linguagem ungara em a nossa portugueza, dirigida ao esclarecido principe D. João, filho do mui poderoso rey D. Manuel, Coimbra, João Barreira, 1520, Reedições: Coimbra, 1553; Lisboa, 1522, 1601, 1742, 1791, 1843, 1953. No liv. III, cap. IV: Como partidos os moradores de Sintra, quisera Clarimundo ir ao castelo de Torres Vedras, mas foi desviado por Fanimor. E das grandes profecias que profetizou acerca das coisas de Portugal (Lisboa, 1953, p. 97). Cf. António José Saraiva, Uma concepção planetária da História em João de Barros, in Para a História da Cultura em Portugal, v. 2, Lisboa, 1961, e Maria Helena Duarte Santos, O mito do herói na Crónica do imperador Clarimundo de João de Barros, Coimbra, 1987, tese de mestrado de Literatura Portuguesa apresentada à FLUC;
Francisco de Portugal. Primeira parte da Choronica do Emperador Beliandro, em que se dá conta das obras maravilhosas dos velerozos acontecimentos que no seu tempo obrou o Príncipe Bellifloro seu Filho e D. Bellindo Príncipe de Portugal e de outros muitos cavalleyros. Segunda parte da Chronica do Emperador Beliandro em que se contão os valerozos acontecimentos dos Príncipes Bellifloro, e D. Bellindo e de outros muitos cavalleyros. Continuação directa do Palmeirim, dividida em duas partes. A suposta atribuição desta novela a D. Leonor Coutinho funda-se em Barbosa Machado, António Caetano Sousa e Vasco Luís Gama (Carta, 12 Set. 1649), sendo, no entanto, infirmada por passagem do Hospital das Letras de Francisco Manuel Melo, o qual a atribui a Francisco de Portugal, 3º conde de Vimioso. Inocêncio, informado da existência em Setúbal, na posse de um particular, de um manuscrito in folio, intitulado Chronica do Imperador Beliandro, em que se dá conta das obras maravilhosas e das gloriosas façanhas que no seu tempo obrou o príncipe Bélifloro seu filho, e de Belindo, príncipe de Portugal, e outros muitos cavalleiros, ficou convicto de que se tratava da obra em apreço, questão que, todavia, nunca logrou esclarecer cabalmente. Na década de 1960, a Biblioteca da Universidade de Utreque adquiriu dois manuscritos reproduzindo a primeira e a segunda parte do que se crê constituir a continuação do ciclo. Os códices intitulados História de Grécia, na qual se dá conta dos valerosos feitos do Príncipe Belifloro e de D. Belindo Princípe de Portugal e de outros que concorrerão naquelles tempos, possuem 48 e 25 capítulos, respectivamente. A BN conta no seu acervo apenas o texto correspondente à segunda parte da obra [cod. 6037];

Diogo Fernandes, Terceira parte da Chronica de Palmeirim de Inglaterra, na qual se tratam as grandes cauallarias de seu filho o Principe Dom Duardos segundo, e dos mais Principes, e caualleiros que na Ilha deleytosa se criaraõ. Lisboa, Marcos Borges, 1587. Continuação do Palmeirim de Inglaterra. Segunda edição por Jorge Rodrigues, Lisboa, 1604. Com numeração separada (2-179-83 fls.), inclui a Quarta parte da Chronica de Palmeirim de Inglaterra, onde se contam os feitos do valeroso principe, o segundo Dom Duardos seu filho; e dos famosos principes Vasperaldo, Primaleão e Laudimante, e de outros grandes caualleiros de seu tempo. Declara no Prólogo ter decidido publicar a continuação do livro de Francisco Morais, alimpando o texto por ele composto, circunstância que tem provocado a suspeita de esta terceira parte haver circulado manuscrita. A ficção cavaleiresca não é colocada no mesmo plano da história, porquanto a tarefa do narrador não é acreditar fábulas que todos têm por essas. Os seus modelos deixaram de ser o Amadis e seus continuadores para passarem a ser Ariosto e Tasso».

In Manuel J. Gandra, Os Templários e o Templarismo na Literatura Portuguesa e traduzida para português (século XIV - 2006), pdf.

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