«A fraqueza crónica de um sistema democrático de governo, em oposição à
ocasional, parece ser proporcional ao grau da sua democratização. Os mais
poderosos e estáveis estados democráticos são aqueles onde os princípios da
democracia foram menos lógica e consistentemente aplicados. Assim, um
parlamento eleito segundo um sistema de representação proporcional é um
parlamento verdadeiramente democrático. Mas é também, na mairoria dos casos, um
instrumento não de governo mas de anarquia. A representação proporcional
garante que todos os sectores da opinião estarão representados na assembleia. É
o ideal da democracia cumprido. Infelizmente, a multiplicação de pequenos
grupos dentro do parlamento torna impossível a formação de um governo estável e
forte. Nas assembleias proporcionalmente eleitas os governos têm geralmente de
confiar numa maioria compósita. Têm de comprar o apoio de pequenos grupos com
uma distribuição de favores mais ou menos corrupta, e como nunca conseguem dar
o suficiente ficam sujeitos a ser derrotados em qualquer altura. A
representação proporcional em Itália conduziu ao fascismo através da anarquia».
In
Aldous
Huxley.
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