«A
essência das coisas, essa verdade oculta na mentira, é de natureza poética e
não científica. Aparece ao luar da inspiração e não à claridade fria da razão.
Esta apenas descobre um simples jogo de forças repetido ou modificado
lentamente, gestos insubstanciais, formas ocas, a casca de um fruto proibido. Mas
o miolo é do poeta. Só ele saboreia a vida até ao mais íntimo do seu gosto
amargoso, e se embrenha nela até ao mais profundo das suas sensações e
sentimentos. É o ser interior a tudo. Para ele, a realidade não é um conceito
abstracto, ideia pura, imagem linear; é uma concepção essencial, imagem
hipostasiada, possuída em alma e corpo».
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