«Terra.
Quanto a palavra
der, e nada mais.
Só assim a
resume
quem a contempla
do mais alto cume,
carregada de sol
e de pinhais.
Terra-tumor-de-angústia
de saber
se o mar é fundo
e ao fim deixa passar...
Uma antena da
Europa a receber
a voz do longe
que lhe quer falar...
Terra de pão e
vinho
(a fome e a sede
só virão depois,
quando a espuma
salgada for caminho
onde um caminha
desdobrado em dois).
Terra nua e
tamanha
que nela coube o
Velho-Mundo e o Novo...
Que nela cabem
Portugal e Espanha
e a loucura com
asas do seu Povo».
«É contra mim
que luto
não tenho outro
inimigo.
O que penso
o que sinto
o que digo
e o que faço
é que pede
castigo
e desespera a
lança no meu braço.
Absurda aliança
de criança
e de adulto.
O que sou é um
insulto
ao que não sou
e combato esse
vulto
Qqe à traição me
invadiu e me ocupou.
Infeliz com
loucura e sem loucura,
peço à vida
outra vida, outra aventura,
outro incerto
destino.
Não me dou por
vencido
nem convencido
e agrido em mim
o homem e o menino».
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