sábado, 16 de novembro de 2013

Gaetano Donizetti. Arte para Ouvir Vozes. «Que milhas de angústia no mar da saudade! Que salgado pranto no convés da ausência! Chegar. Perder-te mais. Outra orfandade, agora sem o amparo da inocência. Dois polos de atracção no pensamento! Duas ânsias opostas nos sentidos! Um purgatório em que o sofrimento nunca avista um dos céus apetecidos»

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«Terra.
Quanto a palavra der, e nada mais.
Só assim a resume
quem a contempla do mais alto cume,
carregada de sol e de pinhais.
Terra-tumor-de-angústia de saber
se o mar é fundo e ao fim deixa passar...
Uma antena da Europa a receber
a voz do longe que lhe quer falar...
Terra de pão e vinho
(a fome e a sede só virão depois,
quando a espuma salgada for caminho
onde um caminha desdobrado em dois).
Terra nua e tamanha
que nela coube o Velho-Mundo e o Novo...
Que nela cabem Portugal e Espanha
e a loucura com asas do seu Povo».


«É contra mim que luto
não tenho outro inimigo.
O que penso
o que sinto
o que digo
e o que faço
é que pede castigo
e desespera a lança no meu braço.
Absurda aliança
de criança
e de adulto.
O que sou é um insulto
ao que não sou
e combato esse vulto
Qqe à traição me invadiu e me ocupou.
Infeliz com loucura e sem loucura,
peço à vida outra vida, outra aventura,
outro incerto destino.
Não me dou por vencido
nem convencido
e agrido em mim o homem e o menino».


JDACT