terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Maçonaria. Do Outro Lado da Luz. William Schnoebelen. «Comecei a ver porque estava tão atribulado no almoço da Loja. Continuei a descobrir versículos claros que denunciaram muitas das práticas. Sem perceber isso, os maçons cristãos passaram a confiar mais na ‘pelica’ dos seus aventais brancos»

Cortesia de wikipedia 

Introdução. O cordeiro ou a pelica?
«O sol quente do meio-dia batia forte quando eu desci do meu carro. Apesar de ser um dia ensolarado de verão em Iowa, a luz que raiava no meu coração era mais brilhante ainda! Enquanto eu atravessava a rua, dirigindo-me à loja maçónica da minha cidade, havia uma alegria em meus passos que ninguém, excepto Jesus, poderia trazer! Deus estava no Céu e tudo parecia certo no mundo. Eu havia entregado a minha vida a Jesus fazia apenas poucos dias, e sentia uma nova leveza interior, que era estimulante e gerava forças. Sentia-me quase como se andasse alguns centímetros acima do asfalto quente e trémulo. Entrar na comparativa escuridão do templo maçónico trouxe algum alívio do calor. A grande estrutura de pedra proveu um amparo contra o sol. Estava no templo porque havia sido convidado para um almoço. Essa não era a minha Loja, pois eu tinha sido franco-maçom na vizinhança de Wisconsin e havia mudado para o Iowa apenas poucos meses antes.
As jurisdições maçónicas estão dispostas de tal forma que cada estado nos Estados Unidos tem sua própria Grande Loja, e cada uma é autónoma. Apesar de que a Grande Loja de Iowa reconheceu a minha Grande Loja em Wisconsin como legítima, tive de fazer alguns arranjos para unir-me a esta Loja na nova comunidade. Até então, eu era apenas um convidado. Tinha ido num fim de tarde a uma das reuniões regulares da Loja, e fui desafiado pelos oficiais locais quanto ao meu conhecimento do trabalho ritual e sobre a minha posse do cartão actualizado. Como as duas coisas estavam em ordem, foi-me permitido adentrar no ritual, e posteriormente fui convidado para este almoço, que era uma oportunidade de confraternização. Aceitei alegremente, sentindo que seria uma boa oportunidade para conhecer novas pessoas.
Depois de passar a vida em altos e baixos metafísicos variados, eu quase me recusava a fazer isso. Tendo gastado quase toda a minha vida de trinta e quatro anos pulando de galho em galho religioso, buscando o que eu pensava que era Deus, isso me parecia simples e rápido demais. Mesmo ajoelhado, perguntei-me pela centésima vez: Será que pode ser tão simples? Um sussurro atravessou meu coração, dizendo Sim. Enquanto descia as escadas, do templo para o refeitório, estava cheio de expecptativa. Empolgava-me a ideia de fazer alguns novos amigos nesta cidade e, portanto, não estava preparado para o que ocorreria em seguida. No momento em que sentei junto à longa mesa ricamente posta com alimentos e porcelanas, senti um banho de água fria naquela alegria que tão recentemente iluminara a minha alma. Olhei para as mesas, procurando algo que indicasse a origem do que eu estava experimentando. Será que alguém mais sentia aquilo? Cerca de cem homens estavam sentados à minha volta, num convívio fraternal! Pelos apertos de mãos e pelas histórias contadas em meio ao barulho da prataria e dos risos, não parecia que meus irmãos tinham sido atingidos. Eu estava perplexo pelo que sentia, e continuei olhando em volta para ver se algum dos outros homens estava exibindo sinais de inquietação. Contudo, a jovialidade estava em velocidade crescente! Pela primeira vez em cerca de nove anos na Maçonaria, senti-me como um micróbio invasor sendo atacado por anticorpos! Essa sensação, apesar de perturbadora, envolvia uma apreensão mais profunda e mais familiar, culpa! Sem nenhuma razão aparente, sentia-me culpado por estar onde estava! 
Comecei a ver porque estava tão atribulado no almoço da Loja. Continuei a descobrir versículos claros que denunciaram muitas das práticas nos rituais da Loja. Ao convencer-me do pecado da franco-maçonaria, perguntei a mim mesmo o que deveria fazer, além da decisão óbvia de nunca mais voltar ao templo maçónico. A ajuda veio de uma fonte inesperada. Como mórmon, tinha ouvido falar de um livro que era supostamente um ataque iníquo à nossa igreja da parte de um mórmon expulso por adultério. Finalmente reuni coragem para comprar o livro, chamado Os Fabricantes de Deuses. O livro serviu para convencer-me de que minhas reservas sobre o mormonismo eram procedentes, e que este era de facto uma seita não-cristã. Desta forma Os Fabricantes de Deuses mataram dois coelhos com a mesma cajadada, convencendo-me tanto da falsidade da seita mórmon quanto do perigo da maçonaria. O livro proveu um ponto de partida para começar uma pesquisa séria dos perigos da Loja. Minha própria bagagem no ocultismo, feitiçaria e até satanismo, antes de unir-me à igreja mórmon, proveu-me um conhecimento abrangente da maçonaria oculta e esotérica (secreta, de alto nível) e da magia cerimonial.
Sem perceber isso, os maçons cristãos passaram a confiar mais na pelica dos seus aventais brancos do que no Cordeiro de Deus, morto desde a fundação do mundo. Perderam sua percepção bíblica do facto de que, ao adorarem no altar da Loja diante do seu Venerável Mestre, tentam, de facto, servir a dois mestres: seu verdadeiro Mestre, Jesus Cristo, e o Mestre maçónico, que nada mais é do que um pecador falível como eles mesmos». In William Schnoebelen, Masonry, Beyond the Light, 1991, Maçonaria, Do Outro Lado da Luz, 1995, CLC Editora, Brasil.
 
Cortesia de CLC/JDACT