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de wikipedia
Introdução.
O cordeiro ou a pelica?
«O sol quente do meio-dia batia
forte quando eu desci do meu carro. Apesar de ser um dia ensolarado de verão em
Iowa, a luz que raiava no meu coração era mais brilhante ainda! Enquanto eu
atravessava a rua, dirigindo-me à loja maçónica da minha cidade, havia uma
alegria em meus passos que ninguém, excepto Jesus, poderia trazer! Deus estava
no Céu e tudo parecia certo no mundo. Eu havia entregado a minha vida a Jesus
fazia apenas poucos dias, e sentia uma nova leveza interior, que era
estimulante e gerava forças. Sentia-me quase como se andasse alguns centímetros
acima do asfalto quente e trémulo. Entrar na comparativa escuridão do templo
maçónico trouxe algum alívio do calor. A grande estrutura de pedra proveu um
amparo contra o sol. Estava no templo porque havia sido convidado para um
almoço. Essa não era a minha Loja, pois eu tinha sido franco-maçom na
vizinhança de Wisconsin e havia mudado para o Iowa apenas poucos meses antes.
As jurisdições maçónicas estão
dispostas de tal forma que cada estado nos Estados Unidos tem sua própria
Grande Loja, e cada uma é autónoma. Apesar de que a Grande Loja de Iowa
reconheceu a minha Grande Loja em Wisconsin como legítima, tive de fazer alguns
arranjos para unir-me a esta Loja na nova comunidade. Até então, eu era apenas um
convidado. Tinha ido num fim de tarde a uma das reuniões regulares da Loja, e fui
desafiado pelos oficiais locais quanto ao meu conhecimento do trabalho
ritual e sobre a minha posse do cartão actualizado. Como as duas coisas
estavam em ordem, foi-me permitido adentrar no ritual, e posteriormente fui
convidado para este almoço, que era uma oportunidade de confraternização.
Aceitei alegremente, sentindo que seria uma boa oportunidade para conhecer novas
pessoas.
Depois de passar a vida em altos e baixos metafísicos variados, eu quase me recusava a fazer isso.
Tendo gastado quase toda a minha vida de trinta e quatro anos pulando de galho
em galho religioso, buscando o que eu pensava que era Deus, isso me parecia
simples e rápido demais. Mesmo ajoelhado, perguntei-me pela centésima vez: Será que pode ser tão simples? Um
sussurro atravessou meu coração, dizendo Sim.
Enquanto descia as escadas, do templo para o refeitório, estava cheio de expecptativa.
Empolgava-me a ideia de fazer alguns novos amigos nesta cidade e, portanto, não
estava preparado para o que ocorreria em seguida. No momento em que sentei
junto à longa mesa ricamente posta com alimentos e porcelanas, senti um banho
de água fria naquela alegria que tão recentemente iluminara a minha alma. Olhei
para as mesas, procurando algo que indicasse a origem do que eu estava
experimentando. Será que alguém mais
sentia aquilo? Cerca de cem homens estavam sentados à minha volta, num
convívio fraternal! Pelos apertos de mãos e pelas histórias contadas em meio ao
barulho da prataria e dos risos, não parecia que meus irmãos tinham sido atingidos. Eu estava perplexo pelo que sentia, e
continuei olhando em volta para ver se algum dos outros homens estava exibindo
sinais de inquietação. Contudo, a jovialidade estava em velocidade crescente!
Pela primeira vez em cerca de nove anos na Maçonaria, senti-me como um micróbio
invasor sendo atacado por anticorpos! Essa sensação, apesar de perturbadora, envolvia
uma apreensão mais profunda e mais familiar, culpa! Sem nenhuma razão
aparente, sentia-me culpado por estar onde estava!
Comecei a ver porque estava tão
atribulado no almoço da Loja. Continuei a descobrir versículos claros que
denunciaram muitas das práticas nos rituais da Loja. Ao convencer-me do pecado
da franco-maçonaria, perguntei a mim mesmo o que deveria fazer, além da decisão
óbvia de nunca mais voltar ao templo maçónico. A ajuda veio de uma fonte
inesperada. Como mórmon, tinha ouvido falar de um livro que era
supostamente um ataque iníquo à nossa igreja da parte de um mórmon expulso
por adultério. Finalmente reuni coragem para comprar o livro, chamado Os
Fabricantes de Deuses. O livro serviu para convencer-me de que minhas
reservas sobre o mormonismo eram procedentes, e que este era de facto uma seita
não-cristã. Desta forma Os Fabricantes de Deuses mataram dois coelhos
com a mesma cajadada, convencendo-me tanto da falsidade da seita mórmon quanto
do perigo da maçonaria. O livro proveu um ponto de partida para começar uma
pesquisa séria dos perigos da Loja. Minha própria bagagem no ocultismo,
feitiçaria e até satanismo, antes de unir-me à igreja mórmon, proveu-me um
conhecimento abrangente da maçonaria oculta e esotérica (secreta, de alto
nível) e da magia cerimonial.
Sem
perceber isso, os maçons cristãos passaram a confiar mais na pelica dos seus aventais brancos
do que no Cordeiro de Deus, morto desde a fundação do mundo. Perderam sua
percepção bíblica do facto de que, ao adorarem no altar da Loja diante do seu Venerável
Mestre, tentam, de facto, servir a dois mestres: seu verdadeiro Mestre,
Jesus Cristo, e o Mestre maçónico, que nada mais é do que um pecador
falível como eles mesmos». In William Schnoebelen, Masonry, Beyond the Light, 1991, Maçonaria,
Do Outro Lado da Luz, 1995, CLC Editora, Brasil.
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