quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Poesia. Nuno Júdice. «Tu, que me ensinas o que é o amor, colheste essas rosas selvagens, a sua púrpura brilha no seu rosto. O seu perfume corre-te pelo peito, derrama-se no estuário do ventre, sobe até aos cabelos que se soltam por entre a brisa dos murmúrios»

Cortesia de wikipedia

Pátio
Onde te encontrei: pomba
que pousa por instantes, que procura
uma saída sobre os muros, e
se perde por entre varandas e cordas.

Lua
Apaga-se um grito negro quando as
foices matinais decepam a noite. É o sol
que nasce, mesmo quando o olhar o
não alcança. São as aves que acordam,
em quantos arbustos, em
quantas margens! Mas
não os ouvimos. Nada nos acorda deste
fim dec eifa; e é o sonho
que nos prende, no seu campo
de nuvens, à pele de pérolas
pálidas da deusa
branca.

Poemas de Nuno Júdice, in ‘Poesia’

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