Estudar não é só ler nos livros
que há nas escolas.
É também aprender a ser livre,
sem ideias tolas.
Ler um livro é muito importante,
sem ideias tolas.
Ler um livro é muito importante,
às vezes urgente,
mas livros não são o bastante
para a gente ser gente.
É preciso aprender a escrever,
mas também a viver,
mas também a sonhar.
É preciso aprender a crescer,
aprender a estudar.
[…]
Estudar também é repartir
também é saber dar
o que a gente souber dividir
para multiplicar.
Estudar é escrever um ditado
sem ninguém nos ditar;
e se um erro nos for apontado
é sabê-lo emendar.
É preciso, em vez de um tinteiro,
ter uma cabeça que saiba pensar,
pois, na Escola da vida,
primeiro está saber estudar.
[…]
Estudar é muito
mas pensar é tudo!
In Ary dos Santos
«Em 1987, os ministros da educação de todos os países da União Europeia,
após a constatação do elevado grau de iletrismo existente na Europa, encomendaram
à União Europeia o programa A
prevenção e a Luta contra o Iletrismo. Este, desde logo, permitiu,
fazer um diagnóstico da situação e desenvolver um programa de intervenção para
prevenir o ileterismo. Neste,
verificou-se que, por razões distintas, todos os países da União Europeia
tinham grandes problemas nesta área. Exemplo de tal, foram os resultados
obtidos por Portugal, que denunciaram a inexistência, na altura, de uma
generalização da escolaridade básica, bem como os que frequentavam ou que a já
teriam frequentado antes, não tinham adquirido um domínio suficiente de leitura
e de escrita que lhes permitisse a sua utilização nas diversas situações
quotidianas.
Mediante esta constatação,
adveio em Portugal, a necessidade de um estudo mais específico e adaptado, para
um melhor conhecimento do problema, cingindo-se particularmente ao território
Nacional. Em 1995, apareceu o Estudo Nacional de Literacia,
coordenado por Ana Benavente, 1996,
do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, com a colaboração
das estatísticas do INE (Instituto
Nacional de Estatística). Este estudo tinha como principal objectivo avaliar a literacia da população adulta, tendo em
vista a identificação da estrutura de distribuição das respectivas competências
e, ainda, a identificação e análise de factores e dos processos sociais que
lhes estão associados” (2005). Devido à natureza processual e dinâmica, esta
análise exigiu a adopção de metodologias de avaliação directas e indirectas.
O trabalho de campo do Estudo Nacional de Literacia baseou-se num inquérito de
caracterização sociográfica,
práticas correntes e de auto-avaliação de competências no uso de materiais
escritos e, também, num teste de avaliação directa dessas
competências. Este estudo utilizou como população
de referência, indivíduos dos 15 aos 64 anos, residentes em Portugal
Continental, cuja amostra contou com 2449 indivíduos.
Segue-se abaixo o quadro
ilustrativo deste mesmo estudo e ainda, um gráfico baseado na distinção dos
vários níveis de literacia catalogados.
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Estes resultados vêm
sublinhar que cerca de metade dos inquiridos (10,3% no nível 0 e 37% no
nível 1) tem dificuldades no uso da informação escrita na vida quotidiana. O
Estudo Nacional de Literacia permitiu, com os resultados apresentados,
completar o conhecimento do perfil de instrução e de competências dos
portugueses, sublinhando as dificuldades que subsistem neste domínio para a
população fixada dos 15 aos 64 anos. Também no sitio que tem como título
Leitura, literacia e acesso à informação (…) é feita uma abordagem
substancial ao tema, mas com a recomendação de algumas obras e links para
um melhor conhecimento do mesmo. Neste, são descritos os problemas que parte da
população enfrenta, denunciando, desde logo, os baixos níveis de literacia». In
David Olson, Jacinta do Céu Laranjo Conceição, A Literacia é um Profundo
Envolvimento com a Tradição Escrita, Faculdade de Economia, Universidade de
Coimbra, Fontes de Informação Sociológicas, 2005.
Cortesia da UCoimbra/JDACT