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sábado, 22 de maio de 2010

Cristovam Pavia: Um «poema» do Livro dos 35 Poemas. As mágoas numa noite de dor.

Cortesia de noticiasdecastelodevide
Sebastião da Gama, José Régio e Cristovam Pavia
(da esquerda para a direita)

Com a devida vénia  ao Notícias de Castelo de Vide, publico a imagem que mostro em cima.

Na noite da minha morte
Tudo voltará silenciosamente ao encanto antigo...
E os campos libertos enfim da sua mágoa
Serão tão surdos como o menino acabado de esquecer.

Na noite da minha morte
Ninguém sentirá o encanto antigo
Que voltou e anda no ar como um perfume...
Há-de haver velas pela casa
E xales negros e um silêncio que eu
Poderia entender.

Mãe: talvez os teus olhos cansados de chorar
Vejam subitamente...
Talvez os teus ouvidos, só eles ouçam, no silêncio da casa velando,
E mesmo que não saibas de onde vem nem porque vem
Talvez só tu a não esqueças.
Cristovam Pavia
 
As mágoas numa noite de dor...
JDACT

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Adolfo Bugalho: A arte nas Ciências. O Grafismo

(1907-1986)
Cortesia de ArcosdosPaçosdoConcelho
Castelo de Vide 
Adolfo Bugalho, médico, dedicou parte da sua vida a talhar gravuras e logotipos que complementaram a beleza das revistas e jornais, dos livros e cartazes. Foi uma arte que sempre «cultivou» com extrema graciosidade.

«Abraçou especialmente a actividade teatral e impulsionou os tempos áureos do Grupo Cénico da Sociedade Recreativa 1º de Dezembro. Ele próprio traduziu diversas peças que encenou para o Grupo, assumiu o papel de cenarista, e escreveu três peças de teatro que são uma referência da cultura local da segunda metade do século passado: “Eu e o Meu Chapéu” (1961), “Sombra de um Brilho” (1963) e “O Pregão” (1964). Como escreveu Mário Rainho – certamente na notícia que lhe terá sido mais “difícil” escrever - «Adolfo Bugalho não morreu, continuará vivo na nossa memória e na história de Castelo de Vide que tanto amou e onde deixou fortes marcas da sua cultura e inteligência». In Notícias de Castelo de Vide.

Sendo um apaixonado pela arte cénica, também o foi na pintura. Os quadros expostos na Igreja Matriz de Castelo de Vide, altar-mor, são de sua autoria. No entanto, também dedicou algum tempo às ciências físicas, nomeadamento aos parâmetros meteorológicas da temperatura do ar e das quantidades de precipitação.
Por gentileza de sua filha, Isabel Maria Bugalho, tenho o grato prazer de mostrar gráficos que o Dr Bugalho elaborou,  nos anos de 1954 e 1955, dos valores  diários da temperatura do ar e das quantidades de precipitação registados em Castelo de Vide. Confesso, são como um quado de Renoir para os meus olhos. A precisão do traço, a escala de trabalho que escolheu. A arte nas Ciências aliada ao grafismo.

Juntamente com o prazer que sentia pelo «exercício» da medicina, pelo teatro, pela gravura, pela pintura, em suma pelas actividades culturais, também deixou um «bocadinho» do seu tempo para o estudo das condições meteorológicas (temperatura e precipitação) inerentes à notável vila de Castelo de Vide. 
Devido ao tamanho dos gráficos, peço desculpa pela «minha» qualidade fotográfica.