sábado, 18 de janeiro de 2014

Ensaio sobre As Abelhas solitárias do Brazil. Curt Schrottky. «Em algumas famílias as tibias e os tarsos III são vestidos com muitos pellos compridos que servem para transporte do pollen das flores; taes pellos acham-se em outras famílias no ventre, em outras nos femora…»


Cortesia de smithsonian e jdact

Conforme o original

«(…) As duas nervuras que entram nas cellulas cubitaes, o interior é considerado o primeiro e tem o nome nervus recurrens 1, o exterior nervus recurrens 2. Estas nervuras também servem para a classificação, porque nos diversos géneros o logar onde ellas entram nas cellulas cubitaes é differente; ás vezes todas as duas entram numa cellula só, ás vezes uma em cada uma, ás vezes uma entra numa cellula e a outra une-se com a nervura entre duas cellulas cubitaes, etc. As pernas consistem cada uma de diversas partes; para evitar a repetição das palavras (anteriores, intermedianos e posterioreso primeiro par das pernas e das suas partes será marcado simplesmente o par I, o segundo II e o par posterior III. Cada perna consiste das partes:
  • Coxa;
  • Trochanter;
  • Femur;
  • Tibia;
  • Metatarso;
  • Tarso;
  • Unhas.
Em algumas famílias as tibias e os tarsos III são vestidos com muitos pellos compridos que servem para transporte do pollen das flores; taes pellos acham-se em outras famílias no ventre, em outras nos femora. Em todo o caso a denominação da pubescencia duma parte do corpo quando serve para a colheita do pollen é Scopa. Algumas famílias p. e. a das Prosopidae e Nomadidae são privadas da scope, na familia das Nomadidae simplesmente pela razão que estas abelhas põem os seus ovos nos ninhos de outras abelhas e não precisam de importar-se da alimentação de sua progenitura.
As fêmeas de todas as abelhas solitárias tèm 12 articulos nas anntenas emquanto as machos tèm 13. Os machos tèm também um segmento (annel) do abdómen mais que as fêmeas. Só as fêmeas são munidas d'um ferrão, os machos não o tèm por não precisar defender os ninhos com o seu conteúdo, á construção dos quaes elles nada contribuem.

Fam. Prosopidae. Gen. Prosopis Fabricius 1804.
Cabeça vista de frente quasi triangular; a língua muito curta, mas ponteaguda; as paraglossas do mesmo modo. Clypeo comprido trapeziforme; a base das mandíbulas attinge os olhos; ocelli (olhos simples) postos num triangulo. O segundo articulo do fragello não é maior do que qualquer um dos seguintes. As azas com 2 cellulas cubitaes; a primeira duas vezes maior do que a segunda; nerv. rec. 1 termina na nervura transverso-cubital ou um pouco antes; nerv. rec. 2 no fim da segunda cellula cubital ou um pouco antes, raras vezes um pouco atraz della.
pontos levemente impressos,

Prosopis rugosa. 1879
O macho preto com colorido amarello. A cabeça em baixo das antennas e um pouco em cima d’elles na margem dos olhos, o tronco das antennas em frente a primeira articulação do flagello, o Jebrum e as mandibulas pallido amarellos. O thorax com uma linha na margem anterior, os tubérculos, uma mancha exigua em cima das tegulas, as tibias, os tarsos e o scutellum da mesma côr; só as tibias posteriores são de côr escura (como o resto de todas as pernas) na parte apical. Abdómen brilhante com alguns pontos dispersos na base. Os dois segmentos basaes tem em cada lado da margem apical uma linha estreita de pellos brancos. Comprimento 5 1/2 mm.

Prosopis femoralis
A fêmea preta; a cabeça, o thorax e o primeiro segmento abdominal cobertos com pontos rugosos; os outros segmentos abdominaes quasi lisos. Toda a parte anterior da cabeça amarella, também o tronco e a primeira articulação do flagello das antennas. O thorax tem na margem anterior duas linhas transversaes da mesma côr que formam uma faxa no meio interrupto; em cima das tegulas ha uma mancha amarella, os tubérculos em frente das azas e o scutellum são amarellos também. As pernas anteriores são amarellas excepto na coxa, no trochanter e na parte basal dos femora em cima, quaes partes são de côr de castanha. Do segundo e do terceiro par somente as tibias e os tarsos são de côr amarella, o resto e uma mancha sobre as tíbias posteriores são castanhos. O primeiro segmento abdominal tem na margem apical uma faxa muito estreita de côr branca, interrupta no meio. As azas são hyalinas e iridescentes. Comprimento 5 mm.
O macho muito semelhante á femea, da qual differe pelas pernas mais escuras, pela falta da faxa branca sobre o primeiro segmento abdominal e pela estatura mais delgada. Comprimento 5 mm». In Curt Schrottky, Ensaio sobre As Abelhas solitárias do Brazil, Revista do Museu Paulista, vol. V, 1903, Smithsonian Libraries 244449.

Cortesia Smithsonian Libraries/JDACT