quarta-feira, 4 de junho de 2014

Um Escritor na Biblioteca. Branquinho da Fonseca. João Miguel Henriques. «… nomeadamente nas revistas ‘Boca do Inferno e Colóquio: Letras’, ou na evocação preparada, em 2005, pela Câmara Municipal de Mortágua. A 28 de Novembro de 2003, no âmbito do projeto ‘Casas com Memória’…»

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«Quando escrevo, a minha máxima ambição, a minha primordial preocupação, é escrever bem. Tudo depende da Palavra. Exacta, rigorosa, insubstituível. Sem a palavra exacta não é possível dizer o que mais importa daquilo que se diz. A sabedoria talvez seja isso: o rigor da palavra, encontrar a palavra exacta». Sempre vivi entre livros: lendo ou escrevendo. Justo parece que dedique agora a vida a fazer ler os outros… Ensinai a toda a gente, Ex-libris de Branquinho da Fonseca.

Memórias de Papel
«Em 1997, Tomás da Fonseca doou à Câmara Municipal de Cascais parte do arquivo de seu pai, António José Branquinho da Fonseca, com vista à preservação, tratamento arquivístico, comunicação e difusão da preciosa documentação produzida e recebida pelo ilustre poeta, tradutor, autor dramático e ficcionista, a quem Cascais deveu, para além da introdução de importantes melhoramentos no Museu-Biblioteca Condes de Castro Guimarães, a implementação de uma pioneira biblioteca itinerante, que contribuiu, desde 1953, para a difusão da leitura nas localidades mais afastadas da vila. O município, que já promovia, desde 1995, o Prémio Branquinho da Fonseca de Conto Fantástico, não mais deixou de evocar esta incontornável figura da cultura portuguesa, concebendo, para o efeito, várias exposições documentais, casos de António José Branquinho da Fonseca: Uma vida, em 2001, na Fundação Calouste Gulbenkian; António José Branquinho da Fonseca: 1905-1974, em 2006, no Museu-Biblioteca Condes de Castro Guimarães; e, agora, Branquinho da Fonseca: Um escritor na biblioteca, na Biblioteca Municipal de Cascais, S. Domingos de Rana, de que resulta este catálogo. Para além da organização de conferências acerca da sua obra literária, a autarquia incentivou, ainda, a utilização e reprodução de documentação do arquivo de Branquinho da Fonseca em edições e mostras consideradas de interesse para a sua divulgação, nomeadamente nas revistas Boca do Inferno e Colóquio: Letras, ou na evocação preparada, em 2005, pela Câmara Municipal de Mortágua. A 28 de Novembro de 2003, no âmbito do projeto Casas com Memória, destinado a identificar edifícios do concelho que tenham alojado personalidades de relevo para a história local e nacional, procedeu-se, também, à colocação de uma placa na fachada do n.º 4 da Rua Tenente Valadim, em Cascais, onde Branquinho residiu durante décadas. De forma a permitir o acesso remoto e não mediado aos conteúdos do valioso acervo, o Arquivo Histórico Municipal de Cascais procedeu, entretanto, à classificação e catalogação da documentação em presença. O Fundo foi, então, organizado em seis secções: Documentos pessoais; Correspondência; Manuscritos, dactiloscritos e provas; Obra impressa; Recortes de imprensa e estudos sobre o autor e a obra; e Biblioteca, subdivididas em vinte e uma séries.
Por ocasião da inauguração da exposição comemorativa do 70.º aniversário da tomada de posse de Branquinho da Fonseca como conservador-bibliotecário do Museu-Biblioteca Condes de Castro Guimarães, o Fundo passou a ser disponibilizado para consulta no Arquivo Histórico Digital de Cascais, Para além das 1047 descrições das peças preservadas, o catálogo faculta, ainda, a todos os interessados digitalizações de parte substancial das tipologias em presença, de forma a facilitar o conhecimento do acervo, com especial destaque para os documentos iconográficos, caso das fotografias ou das capas de obras editadas. Assegura-se, pois, a difusão deste arquivo, em que, para além de documentos recolhidos ao longo da carreira profissional e literária de Branquinho da Fonseca, se preservam, também, algumas peças de pendor mais pessoal, fundamentais para a reconstituição do seu percurso de vida, que intentaremos promover em seguida, tendo por base a documentação conservada, sem menosprezar a devida contextualização histórica». In João Miguel Henriques, Branquinho da Fonseca, Um Escritor na Biblioteca, Câmara Municipal de Cascais, Departamento de Cultura, 2012, ISBN 978-972-637-247-9.

Cortesia da CMCascais/JDACT