«A
roda das estações!
O chiar
do tempo na carroça do destino.
Umas
vezes no cimo, outras no vale.
Quando
pesa o corpo na descida
fazemos
da queda uma nova subida.
É
assim a vida: uma roda gigante
a
girar para diante.
Outras
vezes, interrompida a viagem,
damos
lugar a outro viajante».
«Debruada de estrelas
a minha noite cai
misteriosa e mãe.
Senhora da Noite
faço do céu um caminho
e adormeço no regaço
o mar esquecido».
«O
mundo é este meu corpo
a
minha cama, a terra
e
a minha cabeça
está
virada para o céu.
As
luzes que vejo no céu
moram
em cada corpo na terra».
Existe
no mundo uma grande simetria!»
Poemas de Maria Sarmento, in ‘O Silêncio e as Vozes’
In
Maria Sarmento. O Silêncio e as Vozes, colecção O Guardador de Rebanhos, Aríon
Publicações, Lisboa, 1999, ISBN 972-8409-09-5.
Cortesia
de Aríon/JDACT