Com a devida vénia a “Estórias
da História”
«Em 11
de Novembro de 1918: I Grande Guerra, é assinado o armistício. O cessar fogo
entra em vigor à 11ª hora do 11º dia do 11º mês.
Às 11
horas da manhã de 11 de Novembro de 1918, entrou em vigor o armistício que pôs
fim à I Guerra Mundial, conhecida à época como a Grande Guerra. Quatro anos de
trincheiras, de lama, de horror, de gás, nos dois campos de batalha. Quatro
anos que desembocaram na fadiga, no fastio. O armistício não era percebido como
o fim apenas daquela guerra, mas como o fim definitivo das guerras. Depois
dela, não haveria mais nenhuma. Eis que a Alemanha se rende incondicionalmente
ainda que não tenha sido vencida militarmente. E o Tratado de Versalhes viria a
impor-lhe modalidades de paz
excessivamente duras para fazer com que rancores e desejos de vingança
fincassem raízes. No final do Outono de 1918, a aliança das potências da Europa
Central desmoronava diante das Forças Aliadas, melhor supridas e coordenadas.
Com as suas tropas no campo de batalha próximas da exaustão, o apoio logístico
encontrando enormes dificuldades, a agitação social, rendição dos aliados mais
fracos, Império Austro-húngaro, Bulgária, Império Otomano, a Alemanha viu-se
forçada a buscar um armistício com os Aliados nos primeiros dias de Novembro de
1918. Em 7 de Novembro, o chanceler alemão, Max von Baden, enviou delegados a
Compiegne, França, a fim de negociar o acordo, finalmente firmado na manhã do
dia 11. O marechal Ferdinand Foch, comandante-em-chefe das forças
aliadas na frente ocidental despachou um telegrama a todos os seus comandantes:
As hostilidades cessarão em todas as
frentes em 11 de Novembro, às 11 horas, horário francês. Apesar disso, os
comandantes ordenaram que a batalha prosseguisse durante toda a manhã daquele
dia, provocando futuras acusações de que soldados foram mortos
desnecessariamente nas últimas horas da guerra. A Grande Guerra ceifou a vida
de cerca de 9 milhões de soldados; 21 milhões ficaram feridos. As baixas civis
ascenderam a perto de 10 milhões. As duas nações mais afectadas foram a França
e a Alemanha, cada qual tendo enviado para os campos de batalha cerca de 80%
das suas populações masculinas entre os 15 e 49 anos. Na Conferência de Paz de
Paris em 1919, os lideres aliados afirmariam o seu desejo de construir um mundo
pós-guerra em condições de salvaguardá-los de futuros conflitos de escala tão
devastadora. O Tratado de Versalhes assinado em 28 de Junho de 1919 não
iria alcançar esse propósito. Os alemães são julgados os únicos responsáveis
pelo conflito. Versalhes impõe-lhes pesadas reparações de guerra, proibições,
anexação de uma parte do seu território, além de ter negada sua adesão à Liga
das Nações. Os germânicos caracterizam-no como um tratado infame, um insulto
impossível de aceitar. A paz e a jovem República de Weimar, criada após a abdicação
de Guilherme II, repousavam em frágeis alicerces. A Alemanha continuou a queixar-se
que assinara o armistício sob falso pretexto, tendo acreditado que qualquer paz
seria uma paz sem vitória nem vitoriosos
como havia sido adiantado pelo presidente norte-americano Woodrow Wilson no seu
famoso discurso dos 14 pontos de Janeiro de 1918.
Com o
passar dos anos, dominada pelo ódio aos termos do tratado e aos seus autores,
mergulhada em ressentimento mal disfarçado e desejo de vingança, a Alemanha
culpou o Tratado de Versalhes como uma das grandes causas da Segunda Guerra
Mundial». In Estórias da História, Carla
Brito, Fontes. Ópera Mundi.
Cortesia de Estórias da História e Wikipédia
JDACT