«Ao que vos parecer verso chamai verso,
e ao resto chamai prosa». In Irene Lisboa
«Viajamos,
esquecemos, imaginamos. O amor é sempre uma criança».
«Os
homens inventaram as mulheres. E as mulheres inventaram o mundo».
«Entre
céu e terra, desejo e morte, a linha do teu corpo anuncia o norte».
«Se
enquanto houver amor, houver amor, vai tudo bem. E enquanto a vida for,
também».
«A
Morte?... Nós já lá estivemos, calha bem. É uma casa muito grande com muitas
janelas sem vista para o mar. Andámos por lá uma eternidade. E como o bom filho
à casa torna, havemos de voltar».
«Os
dias pingam da torneira do tempo. Quando o nível das águas beijar os meus
lábios, logicamente deixarei de cantar. Até lá: Lá-la-ri-lo-lé. Desculpem se
desafinei»
«Era
então isso a paisagem: umas quantas árvores, campos, sombras, casario? E a
vida. Era então isso a vida: o voo de um pássaro inexistente, em viagem urgente
para sítio nenhum?»
«Ontem,
disse o pardal, à beirinha do telhado. Mas os pássaros têm péssima memória…, e
o pardal não acabou o seu discurso».
«Passava
uma criança (as crianças também passam) por uma rua da cidade. Mas esta criança
levava consigo, pela mão, um velho. (Embora o velho pensasse que era ele quem
levava pela mão uma criança)»
In
Jaime S. Sampaio, O Mar não Precisa de Poetas, Hugin Editores, Lisboa, 1998,
ISBN 972-831-058-7.
Cortesia
de Hugin/JDACT