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Clima
«(…) Segundo Lautensach, e de acordo com
as medições efectuadas entre 1903 e 1932 na zona de Elvas, a precipitação média
anual vai dos 500-600 mm a 700-800 mm anuais; precipitações semelhantes à
registadas na Estremadura portuguesa, embora a zona mais oriental do termo de
Elvas já registe precipitações mais fracas, comparáveis com as que se registam
no actual Baixo Alentejo. Trabalhos posteriores de Orlando Ribeiro acentuam a variedade
de quantidades de precipitação registada na área do alfoz de Elvas, mostrando
claramente que a zona Este e NE do seu termo são menos visitadas pela chuva e
apresentam claras semelhanças com os campos das vizinhas terras da actual
Extremadura espanhola. Elvas integra-se, tal como todo o Alto
Alentejo e o Vale de Tejo, numa região em que é de três o número de meses em
que se registam chuvas escassas. Segundo trabalhos mais recentes de Suzanne
Daveau, Elvas localiza-se numa das zonas do actual território nacional
continental em que a quantidade de precipitação anual média é menor (segundo um
mapa publicado em 1977, elaborado a partir de medições efectuadas entre os anos
de 1931 e 1960, a área do termo de Elvas é uma das que tem uma menor distribuição
da precipitação anual média). Quanto a temperaturas, o alfoz de Elvas
encontra-se maioritariamente dentro das zonas que, segundo a terminologia
empregue por Suzanne Daveau, apresenta Inverno fresco e Verão muito quente,
com temperaturas médias superiores a 32° no mês mais quente e 120 ou mais dias
com máximas superiores a 25°C de temperatura. Sob o ponto de vista bioclimático, Elvas
integra-se numa região bioclimática de tipo Pré-Mediterrâneo interior. Para Mariano Feio, o clima português,
pelo facto de ter chuvas a mais no Inverno e de menos no Verão, só é apto para
algumas culturas, de entre as quais se destacam a vinha, a oliveira, algumas
árvores florestais (sobreiro, pinheiro e eucalipto) e determinadas culturas
regadas. Este panorama, a que não falta até o regadio, será útil para
compreender alguns aspectos do quotidiano dos espaços peri-urbanos da Elvas
medieval. Quanto ao clima específico de Elvas, estudos da década de 70 do século
passado, demonstram que, apesar de ser uma localidade meridional, apresenta características
continentais, com uma amplitude térmica diária média mais acentuada no Verão
(17°C) que no Inverno (estação em que essa amplitude térmica desce para 9°C),
devido à forte insolação estival (Elvas possui um clima de feição mediterrânea
mas com características de continentalidade, na medida em que, para além de uma
secura estival acentuada e um Outono e Inverno pluviosos, há que ter em conta
as grandes amplitudes térmicas resultantes das disparidades entre as altas
temperaturas obtidas nos Verões e os Invernos pródigos em geadas e com
temperaturas muito baixas). Todos estes factores condicionam o tipo de
cobertura vegetal dominante na região. A nível florístico Lautensach integrou
Elvas na região que denominou Alentejo Oriental, a qual considerou ser a zona
continental que apresenta a maior percentagem de espécies mediterrâneas. Já se
referiu a existência de nítidas semelhanças entre a geologia das zonas de Elvas
e de Badajoz. Porém, as semelhanças entre essas duas terras vizinhas não se
ficam pela geologia. Na verdade, já Amorim Girão tinha posto em evidência a
existência de semelhanças entre a paisagem física, animal e humana da
Extremadura espanhola com a do Alentejo.
Antecedentes históricos
A região de Elvas apresenta evidências de ocupação humana desde os tempos mais remotos, ou seja, desde o Paleolítico Inferior. Nos terraços fluviais do Guadiana e do Caia, junto a Elvas e entre esta e Juromenha, foram encontrados vestígios do Paleolítico Inferior, o período que, cronologicamente, se situa entre 9000 / 8000 e 6000 a.C. tem a ver com comunidades de caçadores-recolectores dos inícios do período chamado de Epipaleolítico. Nos vales dos rios Guadiana e Caia, entre outros locais, em redor de Elvas, foram detectados vestígios de comunidades deste período. A neolitização e o fenómeno do megalitismo estão representados através de vários vestígios existentes na área do termo de Elvas e nos arredores». In Fernando Branco Correia, Elvas na Idade Média, Edições Colibri, CIDEHUS, Universidade de Évora, 2013, ISBN 978-989-689-365-1.
A região de Elvas apresenta evidências de ocupação humana desde os tempos mais remotos, ou seja, desde o Paleolítico Inferior. Nos terraços fluviais do Guadiana e do Caia, junto a Elvas e entre esta e Juromenha, foram encontrados vestígios do Paleolítico Inferior, o período que, cronologicamente, se situa entre 9000 / 8000 e 6000 a.C. tem a ver com comunidades de caçadores-recolectores dos inícios do período chamado de Epipaleolítico. Nos vales dos rios Guadiana e Caia, entre outros locais, em redor de Elvas, foram detectados vestígios de comunidades deste período. A neolitização e o fenómeno do megalitismo estão representados através de vários vestígios existentes na área do termo de Elvas e nos arredores». In Fernando Branco Correia, Elvas na Idade Média, Edições Colibri, CIDEHUS, Universidade de Évora, 2013, ISBN 978-989-689-365-1.
Cortesia de
EColibri/JDACT